Reforçada a segurança no local onde vai funcionar governo de transição

Presidente eleito pode indicar 50 cargos em comissão, chamados de Cargos Especiais de Transição Governamental

Um dia depois da eleição presidencial, a segurança no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), em Brasília, que vai abrigar o gabinete de transição entre o atual governo Temer e o presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL), está reforçada com a presença de homens e viaturas da Força Nacional de Segurança.

A Agência Brasil apurou que os militares chegaram hoje, por volta de 5h30min. São aproximadamente 50 homens que devem se revezar 24 horas.

Como medida de segurança, as entradas que darão acesso ao gabinete do presidente eleito e às salas de reunião da equipe ganharam detectores de metal.

Regras
O CCBB havia sido utilizado pela primeira vez em 2002, na transição do governo do então presidente Fernando Henrique Cardoso para o de Luiz Inácio Lula da Silva. Naquele ano, as regras para a transição de governo começaram a valer por força de medida provisória, mas em dezembro, depois de aprovadas pelo Congresso, passaram a figurar em lei específica, a Lei10.609.

De acordo com a lei, o presidente eleito pode indicar 50 cargos em comissão, chamados de Cargos Especiais de Transição Governamental. Os postos podem ser preenchidos “a partir do segundo dia útil após a data do turno que decidir as eleições presidenciais e deverão estar vagos obrigatoriamente no prazo de até 10 dias contados da posse do candidato eleito”.

Ao final do prazo, a exoneração ocorre automaticamente. Ocupantes de outros cargos na administração pública não podem acumular funções.

A norma prevê que os postos podem ser ocupados exclusivamente por pessoas indicadas pelo presidente eleito. A nomeação cabe ao atual chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha. Sob o comando de um coordenador, que a pedido de Jair Bolsonaro, pode ser nomeado como ministro Extraordinário do governo Temer, essa equipe vai ter acesso às informações relativas às contas públicas, aos programas e aos projetos do governo federal.

Pela norma, é exigido discrição e confidencialidade de quem participar do processo de transição. “[Os integrantes das equipes] deverão manter sigilo dos dados e informações confidenciais a que tiverem acesso, sob pena de responsabilização, nos termos da legislação específica.”

A expectativa é de que o deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS), já indicado para ser o ministro da Casa Civil do governo de Jair Bolsonaro, assuma a função de interlocutor por parte do eleito, enquanto o ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, é o responsável pela equipe do governo Michel Temer.