A vitória de Eduardo Leite (PSDB) na disputa pelo governo gaúcho reuniu centenas de pessoas em festa na zona Norte de Porto Alegre. Horas antes da chegada do governador eleito – ele chegou de Pelotas de avião e chegou a Porto Alegre por volta das 21h30min -, militantes faziam festa nas imediações do comitê do tucano, na avenida São Pedro.
A festa de Eduardo Leite se estendeu até o fim da noite. Após a entrevista coletiva, concedida dentro do comitê, o governador eleito subiu no carro de som. “Eu queria abraçar todos vocês. O Rio Grande do Sul confiou em mim, um guri. Bunda fora da cadeira, sim”, declarou o tucano, em alusão à frase dita por ele durante a campanha e que despertou críticas por parte do adversário José Ivo Sartori (MDB).
Ainda em Pelotas, ao se pronunciar pela primeira vez depois de eleito, Leite prometeu “suar a camisa” nos próximos quatro anos e afirmou que derrotou o que chamou de “velha política” com o resultado do pleito.
“Vencemos as ‘fake news’, os boatos e a velha política. Vencemos com amor e não com ódio. Não cedemos a esse clima de radicalismo que invadiu o nosso país. Agora poderemos trabalhar juntos pelo nosso Estado. Vou suar a camisa ao lado do Ranolfo (Vieira Jr, seu vice) para fazer valer essa confiança. Vamos trabalhar duro para daqui a quatro anos e olhar para cada um dos gaúchos com a mesma confiança e orgulho que olho para os pelotenses agora”, disse Eduardo Leite.
O ex-prefeito de Pelotas agradeceu à cidade natal, onde conquistou 90% dos votos válidos e prometeu buscar atingir essa aprovação dos gaúchos ao fim do governo.
Nomes cotados para o secretariado
Ninguém próximo do ex-prefeito de Pelotas admite falar ainda na montagem do secretariado. Mas, apesar da resistência de lideranças ligadas à campanha em antecipar possíveis indicações, nomes como o do atual secretário de Planejamento e Gestão de Pelotas, Paulo Morales (PSDB), e do jornalista Luiz Antônio Caminha, que estiveram ao lado de Leite na prefeitura, são dados como certos na futura administração.
O coordenador-geral da campanha e ex-prefeito de Viamão, Valdir Bonatto (PSDB), e o ex-chefe de gabinete de Leite quando prefeito, Nadison Hax, também fazem parte do time dos principais cotados para o primeiro escalão.
Os deputados estaduais eleitos Luiz Henrique Viana (PSDB), ex-presidente da Câmara de Vereadores da terra natal do governador eleito, e o médico Pedro Pereira (PSDB), que acumula a experiência adquirida em três mandatos na Assembleia, também estão entre os nomes mais citados para estarem ao lado do tucano.
A atual administração municipal de Pelotas, comandada pela prefeita Paula Mascarenhas (PSDB), sucessora eleita com o apoio de Leite, também deve ceder assessores ao novo ocupante do Palácio Piratini. O secretário de Administração, Abel Dourado (PP), e o secretário de Desenvolvimento e Turismo, Fernando Estima, também podem fazer as malas rumo à Capital.
Outro nome cogitado pelos tucanos para integrar a cúpula do governo é o do deputado federal eleito Lucas Redecker (PSDB). Segundo analistas, ele pode ocupar a Casa Civil porque é visto como alguém com alta capacidade de diálogo com a Assembleia, onde cumpriu dois mandatos e exerceu liderança da bancada tucana.
Entre os aliados, destaque para nomes como os do prefeito de Bento Gonçalves, Guilherme Pasin (PP), do ex-presidente da Famurs, Salmo Dias de Oliveira (PP), da deputada estadual reeleita Any Ortiz (PPS) e dos petebistas Luiz Augusto Lara, Ronaldo Santini e Kelly Moraes, que podem abrir vagas para aliados no Parlamento, ampliando o espectro de poder dos partidos no Rio Grande do Sul.