Em entrevista à Rádio Guaíba, nesta sexta-feira, a candidata a vice-presidente na chapa de Fernanda Haddad (PT), Manuela D’Ávila, cobrou maior reação por parte do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em relação às Fake News. Manuela defende que é necessário identificar quem financia publicações com conteúdo falso e criar mecanismos capazes de “repor a verdade”.
Segundo Manuela, através de processos 70 mensagens de conteúdo falso que a envolviam foram derrubadas depois de terem sido compartilhadas por 300 mil pessoas, com 13 milhões tendo acesso ao conteúdo.”Ok, a gente tira do ar 300 mil publicações, mas não há na lei a obrigatoriedade de uma vinculação entre o derrubar e o colocar a verdade”, disse.
A candidata entrou com recurso no Tribunal Superior Eleitoral pedindo a suspensão de um anúncio na televisão de Jair Bolsonaro (PSL). “Como nós já ganhamos no TSE o banimento do ar dos perfis que noticiavam exatamente o vídeo-montagem falso que ele colocou na televisão, nós ontem entramos para que seja derrubado e nós tenhamos direito de resposta. E pode ser apenas a exibição do vídeo original. Não é admissível que o Brasil, que o TSE, permita que um candidato desrespeite de forma tão sistemática as instituições brasileiras”, disse Manuela.
Campanha no segundo turno
Sobre o clima de campanha nas ruas no segundo turno, Manuela disse que essa eleição é caracterizada pela união de diferentes ideologias. “Eu nunca vivi uma eleição em que as pessoas não são simpatizantes do nosso projeto, defendem projetos diferentes pra saúde, para educação, mas se somaram à candidatura pela necessidade de garantia da democracia e da liberdade”, disse.
Na opinião de Manuela, a postura de Bolsonaro não é condizente com a de um candidato à Presidência. “Presidente não pode se esconder atrás do Facebook, atrás do Whats. Presidente precisa governar, precisa sentar com ministro, não pode dizer que não sabe nada”, comentou a candidata.
Expectativa de virada
“Nós vamos virar!”, disse a candidata a vice. Para Manuela, as declarações autoritárias dadas recentemente por Bolsonaro e pelo filho dele, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL), que disse em vídeo que basta enviar “um soldado e um cabo” para fechar o STF, contribuíram para a diminuição da diferença nas pesquisas entre o candidato do PSL e Fernando Haddad. Ontem, pesquisa Datafolha mostrou Bolsonaro com 56% dos votos válidos e Haddad com 44%. Hoje, a RealTime BigData confirmou o mesmo cenário. “Isso começou a causar um movimento real das pessoas perceberem que não somos nós que estamos dizendo que Bolsonaro é um candidato ditador, mas que ele se coloca como tal”, defendeu Manuela.