“Estamos trabalhando para investigar boatos”, lamenta chefe de Policia sobre caso Eduarda

Delegados reiteraram que divulgação de fake news prejudica trabalho; inquérito em separado vai ser aberto para apurar 150 ameaças feitas a morador de Canoas comparado a retrato falado

Imagem: Laura Gross/Rádio Guaíba

A Polícia Civil preparou uma coletiva de imprensa, na tarde desta quarta-feira, para pedir novamente à população que não divulgue fake news em grupos de WhatsApp sobre o caso da morte da menina Eduarda Herrera, de nove anos, que teve o corpo encontrado na manhã de segunda-feira em um matagal às margens do rio Gravataí, em Alvorada. Os agentes solicitaram que as denúncias sejam feitas exclusivamente por meio do telefone 0800-642-6400.

O chefe de Polícia, delegado Emerson Wendt, lamentou que o efetivo, por enquanto, tenha se dedicado apenas a investigar boatos, o que acaba prejudicando o andamento do inquérito. Eduarda pode ter morrido afogada, conforme o laudo preliminar, depois de ter sido sequestrada brincando em frente de casa no bairro Rubem Berta, na zona Norte de Porto Alegre.

Conforme a delegada Andrea Magno, titular da Delegacia de Polícia da Criança e do Adolescente Vítima, até o momento mais de 15 pessoas foram ouvidas pela Polícia Civil. Ela fala que as 20 denúncias recebidas por telefone foram todas verificadas e que, conforme a testemunha que ajudou a divulgar o retrato falado do sequestrador, nenhuma das fotos apontou o suspeito. A delegada alertou que conhecer um homem parecido com a imagem do retrato falado não significa que se trate da mesma pessoa.

Quanto a um morador de Canoas, de 47 anos, que virou alvo de postagens em redes sociais e recebeu mais de 150 ameaças por ter sido comparado ao suspeito do retrato falado, a Polícia descartou que esteja ligado com o crime. Um inquérito em separado vai ser aberto para apurar essas ameaças.

Wendt afirmou, ainda, que um outro homem, motorista de aplicativo, também registrou boletim de ocorrência dizendo ter sido ameaçando e prometendo levar o caso à Justiça.

O inquérito do caso da menina Eduarda permanece sob sigilo de justiça. A Polícia reforçou que nenhuma linha de investigação pode ser descartada e que o resultado dos laudos periciais ainda não saíram.