O Facebook derrubou hoje uma rede de 68 páginas e 43 perfis por comportamento não autêntico e violação das políticas de spam (termo em inglês que designa o envio em massa de mensagens). As contas pertenciam ao grupo Raposo Fernandes Associados (RFA). Entre elas, a Folha Política, o Movimento Contra Corrupção, a TV Revolta e o Correio do Poder. As páginas vinham divulgando conteúdos antipetistas e pró-Jair Bolsonaro (PSL).
Segundo o Facebook, os responsáveis pelo grupo RFA criaram diversas páginas usando contas falsas ou contas diferentes com os mesmos nomes. A prática é proibida segundo as regras internas da plataforma. Além disso, as páginas veicularam artigos com conteúdos considerados “caça-cliques”, direcionando os usuários a sites fora do Facebook com grande quantidade de anúncios e pouco conteúdo informativo.
O comunicado da empresa salienta que a remoção das páginas e perfis se deveu a essas violações das normas internas (chamada “Padrões da Comunidade”), e não ao conteúdo veiculado. “Nós baseamos nossa decisão de remover essas Páginas pelo comportamento delas – como o fato de que estavam usando contas falsas e repetidamente publicando spam -, e não pelo conteúdo que estavam postando. Esse comportamento foi detectado no Facebook, e não há sinais de abuso em nossos outros aplicativos”, detalha o texto.
A nota enfatiza que embora a prática de spam seja normalmente vinculada à oferta de serviços e bens de maneira fraudulenta, a empresa vem registrado páginas e perfis disseminando “conteúdo sensacionalista político”, em todos os espectros ideológicos, para direcionar tráfego dos usuários a sites fora da rede social e ganhar dinheiro com a venda de anúncio neles. De acordo com a empresa, o grupo RFA agia desta maneira.
O caso foi revelado pelo jornal O Estado de S. Paulo em parceria com a organização não governamental americana Avaaz. De acordo com a reportagem, a RFA montou um “império” de páginas e sites e o Facebook vinha investigando a rede em sigilo.
Até a publicação da reportagem, a Agência Brasil não conseguiu contato com a RFA. Até o momento, o candidato Jair Bolsonaro não se manifestou sobre o caso.