Em carta, TSE e TREs defendem segurança do sistema de votação

Documento reforça que não existe a possibilidade de um voto iniciado ser completado automaticamente pela urna

A Presidência do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e 27 Tribunais Regionais Eleitorais divulgaram carta hoje em que defendem a segurança das urnas eletrônicas e do sistema de votação. O documento foi divulgado após reunião entre a presidente do TSE, ministra Rosa Weber, e representante dos tribunais, nesta segunda-feira.

Desde o primeiro turno, apoiadores ligados ao candidato Jair Bolsonaro (PSL) passaram a disseminar conteúdos colocando em dúvida a lisura do processo eleitoral. O próprio presidenciável defendeu publicamente o voto impresso, declarado inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal. No dia da votação do primeiro turno, vídeos circularam apontando supostas fraudes nas urnas.

Na carta, os representantes da Justiça Eleitoral reafirmaram a “total integridade e confiabilidade das urnas eletrônicas e do modelo brasileiro de votação e de apuração das eleições”. A urna eletrônica, continua o texto, conta com oito barreiras físicas e mais de 30 barreiras digitais inviabilizando “ataques de hackers e a invasão cibernética do voto”.

O documento reforça que não existe a possibilidade de um voto iniciado ser completado automaticamente pela urna. No 1º turno, circularam vídeos em que eleitores diziam ter tentado votar em um candidato, com a urna computado o voto a outro. Alguns foram desmentidos no mesmo dia e outros seguem em apuração pela Justiça Eleitoral.

A carta salienta, ainda, que outra característica do sistema é a possibilidade de auditagem. Isso envolve a reimpressão do boletim de urna, comparação entre os totais constantes no boletim impresso e no registro eletrônico, análise dos relatórios e verificação de assinatura digital.

Segundo a nota, a Justiça Eleitoral de maneira periódica desenvolve testes e auditorias “que comprovam e asseguram a transparência e absoluta confiabilidade do voto eletrônico”. Além disso, segue o documento, as auditorias são realizadas em eventos públicos e são abertas a representações das candidaturas, com supervisão do Ministério Público Eleitoral (MPE) e da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).

Por fim, a carta “conclama” os cidadãos a respeitar o Estado Democrático de Direito e suas instituições, entre as quais a Justiça Eleitoral, “responsável por assegurar a legitimidade do processo eleitoral brasileiro”.