Para Haddad, Justiça é analógica para enfrentar “tsunami cibernético”

Candidato afirmou que disseminação de fake news é associada a crimes de calúnia e difamação

Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

O candidato à Presidência Fernando Haddad (PT) disse hoje que a Justiça Eleitoral é analógica e está demorando para dar uma resposta ao que caracterizou como crime eleitoral cometido na forma de um “tsunami cibernético”. Ele se referiu à suspeita da existência de um grupo de empresários que supostamente financia a disseminação de notícias falsas anti-PT.

No Rio de Janeiro para participar de um debate promovido pelo Clube de Engenharia, Haddad ressaltou que o resultado no primeiro turno sofreu influência dessas manobras virtuais, inclusive na eleição para o Congresso Nacional.

“É uma justiça analógica para lidar com problemas que são virtuais. O que aconteceu no final do primeiro turno já é muito grave, não pelo fato de a campanha presidencial ter sido influenciada, mas muitos parlamentares do novo Congresso, uma parte foi eleita com base nessa emissão de mensagens em massa pelo WhatsApp. Santinhos foram distribuídos em massa, isso custou dinheiro e o dinheiro não foi declarado.”

Calúnia e difamação
Haddad afirmou que a disseminação de fake news é associada aos crimes de calúnia e difamação. “No meu caso é um pouco mais grave, porque além do caixa 2 e da compra de cadastro, duas práticas ilegais, há calúnia e a difamação.”

Para o candidato, a Justiça não pode se omitir. “Mesmo o santinho é ilegal com campanha em massa, então, vai ter um desequilíbrio daqui pra frente se a Justiça fizer vista grossa para o dinheiro de caixa 2 entrando nos cofres dessas empresas de tsunami cibernético, como eu chamei essas ondas de emissão de mensagens. Na minha opinião, a justiça deveria se debruçar sobre isso inclusive nessa campanha, porque nós estamos a 10 dias do segundo turno.”