O Ministério Público (MP) denunciou nesta quinta-feira três advogados que formariam o braço jurídico de uma facção criminosa de Porto Alegre. Outras 11 pessoas, supostamente ligadas a essa organização, também foram denunciadas por embaraço à investigação. Ao menos um dos advogados teria colaborado com a organização de um possível atentado contra um juiz da Capital.
Segundo as investigações, em uma das situações, um dos advogados forneceu a lista de testemunhas do processo para os líderes da facção, dizendo que, se três delas não depusessem, o caso estaria ganho. Houve ameaças verbais de morte às testemunhas, para que não comparecessem ao Fórum, tanto que, desde 2016, apesar de procuradas por diversas vezes, não foram localizadas pela Justiça. Também ocorreram coações a policiais civis.
Em outra circunstância, um dos líderes da facção solicitou a um dos advogados para que informasse a rotina do juiz que preside os processos contra ele e sua companheira, que também faz parte da organização criminosa, para realização de um atentado. O fato foi comunicado à época ao setor de segurança do Poder Judiciário. Os advogados também, em combinação com a facção, forjavam documentos para reaver quantias apreendidas pela Justiça no combate ao tráfico de drogas.