Haddad e Bolsonaro: ideias contrárias em entrevistas separadas na TV

Candidatos divergiram sobre armas, ensino, drogas e saúde, por exemplo 

Candidatos à Presidência Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT).

Em entrevistas gravadas para a RedeTV!, separadamente, Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT) entraram em rota de colisão ao defenderem propostas bem diferentes. As divergências, compiladas pelo jornal O Estado de S.Paulo, envolveram armamento da população, agronegócio, tratamento para usuários de drogas e ensino, entre outras questões.

“Todo cidadão de bem que queira ter arma dentro de casa, com alguns critérios, (que) possa tê-la”, disse Bolsonaro, ressaltando que a medida depende de análise do Congresso Nacional. “Quem tem que portar armas é a polícia para garantir direito de segurança pública”, comentou Haddad.

Outra discordância: em relação à criação ou extinção de ministérios no governo. O petista prometeu reativar as pastas de Política para as Mulheres e Igualdade Racial, além de separar das Comunicações o Ministério da Ciência e Tecnologia. Já o candidato do PSL disse que os ministérios extintos vinham atendendo a interesses partidários e prometeu nomear ministros com “competência, interesse e liberdade de iniciativa”.

Sobre o agronegócio, Bolsonaro prometeu tipificar como “terrorismo” as ações do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), prometendo ainda uma legislação trabalhista diferente para o campo. Já Haddad prometeu apoiar o agronegócio, mas ponderou que é preciso agir para que toda terra seja produtiva e não fique improdutiva.

Em relação ao programa Mais Médicos, o candidato petista prometeu ampliar o projeto com médicos especialistas e construindo uma policlínica para cada 50 mil habitantes. Bolsonaro criticou o programa e disse que não vai manter o modelo como está. Para ele, o Mais Médicos não pode trazer uma suposta médica mãe cubana ao Brasil e deixar o filho dela no país de origem.

Falando sobre drogas, Haddad defendeu “traficante na cadeia e usuário com tratamento”. Bolsonaro afirmou que não passa pela cabeça a liberação das drogas, mas ponderou que não vai “perseguir” quem usa.

Questionados sobre regulação da mídia, Bolsonaro afirmou que a imprensa precisa ser “livre” e disse que “a imprensa que realmente estiver voltada com a verdade vai ser valorizada”, criticando a proposta do PT de regular a mídia. Haddad afirmou, de outro lado, que uma família apenas não pode concentrar o controle de meios de comunicação em estados como Bahia, Alagoas ou Maranhão.

Na Educação, Haddad falou em priorizar o ensino médio em um eventual governo e fazer com que as escolas federais sejam responsáveis por melhorar o ensino das escolas em cada rede estadual. Bolsonaro pregou contra a chamada “ideologia de gênero” e defendeu “excluir” um estudante que agrida o professor.

Acenos

Os dois candidatos fizeram acenos ao eleitorado mais pobre. O petista reforçou que vai fortalecer o Bolsa Família e citou que o programa é uma das principais ações dos governos do PT. Bolsonaro citou a proposta de conceder um 13º a quem recebe o benefício e combater a fraude, dando o pagamento para quem “realmente merece e precisa”.

Os dois candidatos prometeram também acabar com o Imposto de Renda para aqueles que recebe até cinco salários mínimos. Na entrevista, Bolsonaro reforçou que geração de energia, Banco do Brasil, Caixa e Banco do Nordeste serão preservados de privatização. Haddad afirmou que Eletrobras, Correios, BB e Caixa são “estatais intocáveis”.