Maioria dos partidos se mantém neutra no segundo turno

Rede, de Marina Silva, do DEM, PR, Solidariedade, PSD, PV e MDB ainda não se posicionaram

Candidatos à Presidência Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT).

De olho nos estados, a maioria dos partidos que foram derrotados no primeiro turno da eleição presidencial decidiu se manter neutro quanto à disputa do segundo turno. Seis legendas liberaram os militantes para apoiar qualquer uma das duas opções: Jair Bolsonaro (PSL) ou Fernando Haddad (PT). Representantes de três siglas decidiram ficar do lado de Haddad, enquanto até agora apenas um declarou apoio unânime a Bolsonaro.

Até o momento, PP, Patriota, DC, PRB e PSDB anunciaram-se neutros na disputa presidencial do dia 28 de outubro. Apesar de declarar posição de “neutralidade” com relação aos dois candidatos, o partido Novo informou nessa terça-feira que os integrantes da sigla são “absolutamente contrários ao PT”. Após reunião ocorrida em Brasília, o PSB manifestou apoio à candidatura petista, enquanto os presidenciáveis do PSol e do PPL anteciparam que as legendas também se somarão ao petista.

O presidente do PTB, Roberto Jefferson, anunciou apoio ao candidato do PSL, também depois de reunir a executiva nacional do partido.

O ponto central para a definição dos correligionários: as diferenças regionais, ou seja, as chances de emplacar governadores no segundo turno. Sob o risco de ampliarem as divisões internas, os partidos optaram por não declarar apoio no pleito presidencial.

É o caso do PSDB, presidido por Geraldo Alckmin, quarto colocado no primeiro turno. O encontro da legenda ocorreu em clima tenso e ainda sob efeito do desempenho dos tucanos nas urnas, menor do que em anos anteriores. Apesar de quadros como o ex-prefeito de São Paulo João Doria defender abertamente o apoio a Bolsonaro, há nomes que preferem se manter isentos por discordarem das visões do candidato. O partido ainda vai enfrentar seis disputas estaduais e, segundo Alckmin, “o protagonismo agora tem que ser dos candidatos” que ficaram para o segundo turno.

Sigla da candidata ao cargo de vice na chapa do tucano, senadora Ana Amélia, o PP também não escolheu nenhum dos lados, embora ela tenha se posicionado a favor de Bolsonaro. Antes da reunião da executiva nacional do PPS, o presidente da sigla, Roberto Freire, antecipou que o partido deve ficar neutro na disputa. Essa é a mesma posição das legendas dos presidenciáveis Cabo Daciolo (Patriota) e José Maria Eymael (DC).

Apoio
Após uma reunião encerrada no fim da noite de hoje, o Podemos não chegou a uma conclusão sobre o assunto. No entanto, o candidato à Presidência Álvaro Dias, com 860 mil votos (0,8% dos votos válidos), já se posicionou. “Não imaginem a hipótese de eu apoiar o PT no segundo turno desta eleição. Essa hipótese não existe, é surreal porque eu valorizo a coerência, a verdade, a coragem”, disse, fazendo críticas às gestões petistas que, segundo ele, assaltaram o Brasil.

Informalmente, outras lideranças políticos já sinalizaram como atuarão na reta final. O comando do PDT, de Ciro Gomes, que ficou em terceiro lugar, indicou que deve assumir um “apoio crítico” à candidatura de Haddad. No domingo, o ex-governador do Ceará já havia feito críticas a Bolsonaro.

João Goulart Filho, do PPL também se antecipou ao anúncio formal da legenda e disse que vai apoiar Fernando Haddad para evitar o “risco de uma nova ditadura”. Essa é a mesma opinião dos correligionários de Guilherme Boulos, do PSol, que declararam “apoio incondicional” ao petista.

Outros partidos terão encontros nos próximos dias para deliberar sobre o apoio. É o caso da Rede, de Marina Silva, do DEM, PR, Solidariedade, PSD, PV e MDB.