Ao contrário de eleições anteriores, o centro de Porto Alegre registra um domingo normal. Nem o agito dos militantes partidários – comum em pleitos anteriores – aconteceu na região. Tampouco os tapetes de “santinhos” foram avistados no Centro Histórico. O receio de confrontos entre apoiadores dos candidatos à Presidência da República Jair Bolsonaro e Fernando Haddad não se confirmou. O clima se mantém tranquilo.
O desconforto está por conta da formação de filas em algumas seções. Diversos eleitores que não fizeram o cadastro biométrico na Justiça Eleitoral podem votar pela biometria a partir de um convênio feito com o Departamento de Identificação do Instituto Geral de Perícias (DI/IGP). A informação, entretanto, não havia sido divulgada com antecedência pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) e causou dúvidas entre os eleitores e atraso no processamento do voto.
A votação a partir da digital é opcional e o eleitor não é obrigado a fazê-la, mas recomendado. A verdade, no entanto, é que, em um futuro próximo, quem optou pela votação a partir do cadastro do DI/IGP, pode ter a vida facilitada, uma vez que já teve a digital inserida no banco de dados do TRE.
Há casos também de demora no registro dos números dos seis candidatos nas urnas. A presença de policiais militares também é discreta nos locais de votação. Em frente ao Colégio Protásio Alves, na avenida Ipiranga, apenas um policial militar permanece na entrada do prédio. Em outros locais, apenas viaturas fazem uma espécie de ronda preventiva.
Veja a nota oficial emitida pelo Instituto Geral de Perícias (IGP) sobre a biometria:
ESCLARECIMENTO – IGP/RS
Sobre os problemas apresentados pelas urnas eletrônicas no Rio Grande do Sul, o Instituto-Geral de Perícias (IGP) esclarece que há um convênio, proposto pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), para o compartilhamento de dados. Neste convênio, que também foi estabelecido com outros estados, coube ao instituto a exportação dos dados biométricos (fotos, assinatura e imagens decadactilares) formato padrão para aplicação da tecnologia AFIS – Automated Fingerprint Identification System ou Sistema de Identificação Automatizada de Impressões Digitais.
Na primeira etapa, o TSE enviou arquivos com o nome do cidadão, nome do seu pai, nome da sua mãe e sua data de nascimento – num total de 4 milhões de pessoas. Este volume de dados foi processado e o IGP devolveu ao TSE 1.697.000 registros que coincidiam a base biométrica do Estado.
A partir de então, o TSE importou os dados para uso nas eleições com a ferramenta de biometria por eles adquirida. Lembramos que o IGP não utiliza o mesmo sistema de identificação biométrica que o TSE. No entanto, cabe ressaltar que o instituto possui assertividade de 100% de dados pesquisados na base de dados biométrica.
O IGP é uma instituição parceira do TSE e do TRE-RS, mas salientamos que todas as questões relacionadas à migração dos dados e ao funcionamento das urnas eletrônicas devem ser direcionadas à Justiça Eleitoral.