A Justiça aceitou a denúncia do Ministério Público contra 37 pessoas que faziam parte de uma organização criminosa que, a partir de Porto Alegre e da região Metropolitana, se especializou em roubo de veículos, desmanche de peças e venda pela internet.
Os denunciados, 21 deles atualmente presos, vão responder pelos crimes de organização criminosa, furto, estelionato, receptação, adulteração de sinal identificador de veículo automotor, corrupção ativa, corrupção passiva, falsificação de selo, posse irregular de arma de fogo e munição.
A investigação, executada pelo Deic e que contou com a parceria do MP, começou em maio e desencadeou, no mês seguinte, a chamada Operação Barão, que resultou em duas empresas investigadas, vinte veículos, duas embarcações, oito imóveis indisponibilizados, 34 mandados de busca e apreensão cumpridos, além de 33 de prisão.
Segundo a Polícia Civil, após a prisão do grupo houve declínio no número de roubos a carros de 23/25 ao dia, para 15/16 ao dia, nos locais onde a organização criminosa agia.
Veículos de luxo eram, geralmente, roubados mediante emprego de arma de fogo e encaminhados a nove pavilhões, todos adaptados como oficinas, com estrutura e maquinário suficientes para realizar o desmanche e suprimir sinais identificadores. O objetivo era reinserir os carros no mercado.
Após, as peças eram vendidas fisicamente nos pavilhões, em lojas, em Centros de Desmanches Veiculares (CDVs) ou através do site Mercado Livre em todo o Rio Grande do Sul e em outros quinze estados, formando um vasto comércio de autopeças clandestino.