A três dias da eleição, Lava Jato pede nova condenação de Lula

Ex-presidente é acusado de receber propina e desviar recursos da Petrobras em ação sobre Instituto Lula

Ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Foto: Ricardo Stuckert

O Ministério Público Federal no Paraná pediu nesta quinta-feira a condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, em ação que investiga o pagamento de propinas pela empreiteira Odebrecht e o desvio de recursos públicos em contratos da Petrobras.

Segundo a Procuradoria, além de irrigar o caixa do PT com recursos ilícitos, o ex-presidente recebeu em troca um terreno para a construção do Instituto Lula e um apartamento em São Bernardo do Campo (SP).

O MPF também pede o pagamento de R$ 75,4 milhões, referentes aos supostos danos causados à Petrobras, de acordo com as investigações, além do perdimento do apartamento 121 do Residencial Hill House, em São Bernado do Campo — imóvel que fica no mesmo andar do prédio onde Lula já é proprietário de uma unidade.

A denúncia inicial do MPF, com pedido de condenação, chegou à Justiça em dezembro de 2016. Agora, faltando três dias para o primeiro turno da eleição presidencial, os procuradores da Operação Lava Jato reforçaram o pedido de condenação nas alegações finais do processo, que está sob responsabilidade da 13ª Vara Criminal de Curitiba (PR), onde atua o juiz Sérgio Moro.

Nos próximos dias, a defesa dos denunciados vai apresentar as alegações finais, último trâmite da ação antes de o juiz decretar a sentença.

O R7 entrou em contato com a defesa do ex-presidente Lula e espera um posicionamento.

Denúncia

Assinada pelo procurador Deltan Dallagnol e mais 12 integrantes da força-tarefa da Lava Jato, a denúncia sustenta que Lula, “na condição de presidente da República”, comandou “um esquema criminoso de desvio de recursos públicos, baseado na distribuição de altos cargos da Administração Pública Federal entre agentes públicos comprometidos com a arredação de propina”.

Ainda conforme o MPF, os recursos eram destinados à compra de apoio parlamentar de agentes políticos e partidos, ao enriquecimento ilícito dos envolvidos e ao financiamento de caras campanhas eleitorais do Partido dos Trabalhadores (PT), em prol de permanência no poder”.