O Ministério Público Federal (MPF) denunciou o agressor do candidato à Presidência da República Jair Bolsonaro (PSL), Adélio Bispo de Oliveira, por atentado pessoal por inconformismo político. Segundo a Procuradoria, o acusado colocou em risco o regime democrático ao tentar interferir no resultado das eleições ao buscar assassinar um dos concorrentes na disputa presidencial.
O procurador autor da denúncia argumentou que Adélio Bispo planejou o ataque com antecedência de modo a excluir Bolsonaro da disputa. O autor recorreu ao depoimento do acusado e a elementos obtidos na investigação, como rastros da navegação dele na internet, mensagens de celular e histórico de atuação política.
“O propósito do ato foi o de eliminar fisicamente o candidato da disputa pela Presidência da República, excluindo-o do pleito, de modo a impedir que as suas ideias, caso acolhidas pela maioria, passassem a informar as políticas públicas do Governo Federal”, afirmou o procurador Marcelo Borges de Mattos Media, autor da denúncia.
E acrescentou, no documento: “O objetivo, em suma, diante da perspectiva da eleição daquele de quem ´discorda radicalmente´ foi o de determinar o resultado das eleições, não por meio do voto, mas mediante violência”.
Jair Bolsonaro levou uma facada quando fazia campanha em Juiz de Fora, Minas Gerais, no dia 6 de setembro. O candidato do PSL passou o restante do mês em recuperação e recebeu alta no último sábado.
Adélio segue detido em um presídio federal em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul. Em depoimento, ele manifestou motivações políticas e religiosas para o atentado. A defesa solicitou exame de sanidade para avaliar a situação da saúde mental do acusado.
No dia 25, a PF abriu um segundo procedimento de apuração sobre o caso. O objetivo é saber se, de alguma forma, Adélio recebeu ajuda de alguém para cometer o atentado.