Dezoito Estados brasileiros incluem em suas folhas de pagamento pensões vitalícias a ex-governadores. O gasto com esse tipo de benefício chega a quase R$ 25 milhões por ano. Só o Rio Grande do Sul gasta, por mês, R$ 229.386,20 para pagar as pensões de sete ex-governadores. O levantamento foi feito pelo R7 em 25 unidades da federação — Distrito Federal e Amapá não tinham dados disponíveis e também não responderam aos pedidos da reportagem — e identificou que 74 ex-governadores recebem cifras muito acima da média salarial do funcionalismo público dos respectivos Estados.
O valor mensal médio da pensão vitalícia é de R$ 24.844,04. A reportagem também fez um cruzamento de dados com órgãos da administração pública (Câmara dos Deputados, Senado Federal, Assembleias Legislativas, prefeituras, ministérios, etc.) e identificou que 38 ex-governadores têm outras fontes de renda pagas pelo poder público. Há situações em que o político possui três pagamentos.
Com aposentadoria vitalícia e salário de parlamentar, alguns desses políticos chegam a ganhar até R$ 64 mil por mês. Foram considerados os últimos dados disponíveis no Portal da Transparência de cada Estado ou município, da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, da União ou relatórios enviados pelas administrações estaduais.
Rio Grande do Sul
Dos cofres gaúchos saem R$ 229.386,20 todos os meses para pagar as pensões de sete ex-governadores. Eles recebem em torno de R$ 32,6 mil. Os ex-governadores Alceu Collares (PDT) e Germano Rigotto (MDB) ainda recebem aposentadoria como ex-deputados: R$ 20.884,83 e R$ 11.672,35, respectivamente.
Já o ex-governador Pedro Simon (MDB) é aposentado pelo Senado, com vencimentos de R$ 17.556,76. Ao R7, Simon, de 88 anos, afirmou que abriu mão da pensão do governo do Estado enquanto esteve no Senado (1991-2015), optando apenas pelo salário de parlamentar. “De três anos para cá que eu voltei a receber [a pensão]”, disse. Também são beneficiados os ex-governadores Antônio Britto Filho, Jair de Oliveira Soares (PP), Olívio Dutra (PT), e Tarso Genro (PT).
Antônio Britto Filho exerceu até maio deste ano o cargo de presidente do conselho consultivo de uma associação da indústria farmacêutica. Segundo a entidade, ele se mudou para os Estados Unidos. O governo do Rio Grande do Sul informa que os benefícios antigos continuam a ser pagos. Uma mudança na legislação limita o recebimento nos quatro anos subsequentes ao fim do mandato