A quadrilha especializada em roubo de veículos, que foi alvo de operação Milhão, da Polícia Civil e da Brigada Militar, faturou mais de R$ 1 milhão em apenas quatro meses. A organização criminosa, comandada por presidiários, roubava em média 20 carros por mês. Depois, os veículos eram clonados e revendidos por preços abaixo dos valores do mercado.
A operação Milhão resultou em 14 presos, sendo quatro mulheres, durante o cumprimento de 15 mandados de prisão em Porto Alegre, Canoas, Charqueadas, Pelotas e Osório. Entre os investigados estão sete apenados da Penitenciária Estadual do Jacuí em Charqueadas, Cadeia Pública de Porto Alegre (ex-Presídio Central) e Penitenciária Modulada de Osório. Um dos presos foi apontado como líder da quadrilha. “A receptação se dava dentro do sistema prisional”, observou o titular da Defrec de Canoas, delegado Thiago Bennemann. Outras 16 ordens de busca e apreensão também foram executadas na ação que mobilizou em torno de 150 policiais militares e civis com 45 viaturas e apoio aéreo.
Foto: Polícia Civil / Divulgação / CP
De acordo com o delegado, as investigações começaram no primeiro semestre do ano passado a partir de uma prisão realizada pela Brigada Militar. A organização criminosa tinha três braços sendo o primeiro formado pelos assaltantes que cometiam os roubos de veículos nas ruas de Porto Alegre e região Metropolitana; o segundo composto por responsáveis pela clonagem; e o terceiro por quem comercializava os carros nas redes sociais. Em um dos roubos, uma vítima quase foi morta ao ser alvo de tiros quando fugiu do ataque em uma rua de Canoas.
De acordo com o delegado Thiago Bennemann, o principal alvo dos criminosos eram veículos mais populares. Segundo a Polícia, os ataques tinham uma característica em comum: o grupo cortava a frente dos veículos, mesmo que estivessem trafegando, para realizar o assalto. Os carros roubados tinham como destino outros grupos criminosos, o comércio ilegal de autopeças e ainda para quem sabia do esquema criminoso. A venda ocorria até através de briques em aplicativos, e os criminosos cobravam entre R$ 1,5 mil e R$ 2 mil por veículo clonado.