Em entrevista à Rádio Guaíba, o advogado gaúcho Marco Alfredo Mejía, um dos que compõem a defesa do pedreiro Adelio Bispo de Oliveira, agressor confesso do candidato à presidência da República Jair Bolsonaro, relatou que, assim como cliente, também vem sofrendo ameaças pelo trabalho que exerce. Ele também garantiu que Adelio agiu sozinho e que não pode divulgar quem está pagando pela defesa.
Mejía comentou o pedido de teste de insanidade mental para Adelio, negado ontem pela Justiça Federal de Juiz de Fora. O advogado disse que a equipe estuda insistir no pedido, mas que essa ainda não é uma decisão unânime. De acordo com ele, a equipe, de quatro advogados, acompanha os procedimentos e desdobramentos do inquérito.
Quanto à visita a Adelio, o advogado afirmou que ainda não teve a oportunidade de conversar com o agressor. Ele estima que isso ocorra em breve e relata, conforme o que disseram os colegas, que o pedreiro está em uma cela com mais seis presos, em condições consideradas “boas” para o sistema penitenciário. Mejía disse, porém, que o cliente sofre com depressão e nervosismo.
O advogado salientou que a defesa precisa administrar a forma como vai trabalhar, para que tenha êxito na redução da pena mostrando, por exemplo, que o réu confessou o delito. Ele também lembrou que, apesar do clamor social em torno do fato, “totalmente negativo”, a defesa age de forma técnica para que esse clamor seja “manejado dentro do espírito de justiça”.
Nas redes sociais, Adelio garante ter recebido mensagens de ódio postadas por apoiadores de Bolsonaro. Sobre ter receio de que ocorra alguma agressão ao réu, Mejía fala ser “evidente que o fervor de querer fazer justiça com as próprias mãos existe”. Ele confirmou que os advogados temem que algo aconteça com Adelio, embora deixe claro que a banca repudia a atitude do cliente, dizendo ser “bárbara e incompreensível”.