Ipe Saúde reajusta em 35% o valor das consultas médicas

Medida busca diminuir a defasagem de médicos no plano de saúde

Foto: Guilherme Kepler/Rádio Guaíba

O Instituto de Assistência à Saúde dos Servidores Públicos do RS (Ipe Saúde) anunciou, nesta terça-feira, reajuste no valor das consultas médicas. A partir de 1º de outubro, ao invés de pagar entre R$ 7 e R$ 21 de coparticipação, o paciente terá de desembolsar entre R$ 9 e R$ 28 por atendimento. Em média, o aumento será de cerca de 35%. O preço mensal do plano de saúde, no entanto, não sofrerá reajuste.

Com os novos valores das consultas, os profissionais habilitados como pessoa física passam a receber R$ 62 por consulta – atualmente é R$ 47. Já os credenciados como pessoa jurídica receberão R$ 90 por antedimento, ao invés de R$ 68. O aumento representa R$ 35 milhões a mais por ano pelo pagamento de consultas. Médicos atualmente credenciados como pessoa física podem migrar para o modelo PJ.

Segundo o presidente do Ipe Saúde, João Gabbardo dos Reis, a medida busca incentivar os cerca de 8 mil médicos a permanecerem no plano e, assim, diminuir o tempo de espera dos pacientes por consultas. “A maior queixa dos nossos usuários é a dificuldade que eles estavam tendo no agendamento das consultas. Os médicos estavam desestimulados em função do valor baixo. Com esse reajuste, nós esperamos que os médicos que já estão credenciados possam aumentar o número de consultas e credenciar novos médicos. Na semana passada, nós credenciamos 70 médicos e estamos abertos para que novos profissionais sejam incorporados”, destaca.

O reajuste na remuneração dos médicos não acontecia desde 2011. Apesar de não ser considerado o ideal, o presidente do Simers, Paulo de Argollo Mendes, avalia o aumento como uma tentativa de inverter a tendência de decréscimo da remuneração dos médicos. “Estamos há muito tempo sem reajuste e isso vai fazendo com que os médicos percebam que estão pagando para atender o Ipe. Isso fez com que os médicos fossem se retirando gradativamente. Não houve nenhum movimento de paralisação ou greve e o que houve é um natural desinteresse em função do pagamento que era feito”, afirma.