“Que eu não coma sozinho o pão que eu posso dividir por dois”

"Este jornal vai ser feito para toda a massa, não para determinados indivíduos de uma facção". Foto: Arquivo CP

Mas é uma gostosura fazer pão em casa e também uma forma de demonstrar o quanto amamos as pessoas que estão ao nosso lado. O ato de transformar a farinha de trigo no pão nosso de cada dia é de fato “dos deuses”, porque a gente elabora e transmite através da energia de nossas mãos um alimento saudável, cheiroso, apetitoso… e reparte essa dádiva.

Tente fazer pão. Se errar no primeiro, acerte na sequência, porque não tem descrição o que sentimos quando produzimos o nosso próprio alimento. Cozinhar é uma arte, mas pra mim o que há de mais delicioso para fazer nesse pequeno reino são os pães, mais do que as comidas campeiras que eu sei fazer e me garanto. Primeiro porque são irresistíveis, não há quem não goste! E todo mundo gosta mesmo que não possa comer, por outras razões. E são ótimos acompanhantes além de dar sustentação a uma refeição, por exemplo, ao saborear uma sopa, um puchero, uma feijoada. Mais que isso, o pão é um alimento sagrado. Eu não jogo fora nada, no máximo engrosso a comida dos meus pets com algum pedaço do precioso alimento.

Meu sonho é fazer como as beduínas no deserto: aqueles famosos pães num fogo de chão encima de pedras aquecidas. Na cultura árabe, a comida representa uma importante base para a comunicação, e as refeições são o centro dos encontros familiares e círculos sociais
Tradicionalmente, o pão é consumido em todos os países árabes, servindo, muitas vezes, não só como parte da refeição, mas também como substituto do talher. Com ele são pegas, em porções, as comidas degustadas, os molhos são absorvidos e os pratos esvaziados.

Já frequentaram uma aula de panificação? É coisa muita da “buena”, a generosidade aflora, o entendimento transborda entre as partes no que resulta a delícia: o pão. Uma relação simples e bonita em forma de comida. Para quem é hospitaleiro e, portanto, generoso, o pão faz parte. Sempre!

Doce, salgado, com grãos, caseiro ou recheado. Ninguém resiste em experimentar uma fatia de pão quentinho seja no café da manhã, no lanche da tarde ou como acompanhamento de um prato principal. É uma paixão mundial, que, em cada país, ganha novos sabores e ingredientes.

Da próxima vez que for preparar algo supimpa para a família e amigos, pense no pão. Aqueça as mãos e invoque seus ancestrais e diga em voz alta: que este alimento faça as pessoas mais amorosas, com alegria de viver e que possam repartir este alimento com todos, principalmente com aqueles que mais necessitam.