Prédio do Museu Nacional vai ser reconstruído em quatro etapas

Além das obras, há possibilidade de campanha de doação para o acervo

Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

A reconstrução do Museu Nacional no Rio de Janeiro vai ser feita em quatro etapas, incluindo a possibilidade de cessão de um terreno próximo ao local para que as atividades acadêmicas sejam mantidas. Após reunião no Palácio do Planalto do presidente Michel Temer com ministros nesta terça-feira, o governo confirmou a liberação, via Ministério da Educação, de R$ 10 milhões para a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). O museu é vinculado à instituição.

No decorrer das quatro etapas, há ainda a proposta de uma campanha internacional para a doação e aquisição de acervos para o Museu Nacional do Rio de Janeiro.

O ministro da Cultura, Sérgio de Sá Leitão, adiantou que a primeira etapa vai ser dedicada à realização de intervenções emergências, como instalação de um toldo, escoramento de paredes, levantamento da estrutura, inventário do acervo e separação do que é possível encontrar nos escombros.

A segunda etapa depende da conclusão da perícia da Polícia Federal no local. Assim que ela estiver concluída, vai ser contratado um projeto básico e, com base nele, implementado o projeto executivo da reconstrução do museu.

A terceira etapa é a da reconstrução. A ideia é usar a lei federal de incentivo à cultura, a Lei Rouanet. “Vamos fazer a mobilização de parceiros privados e da sociedade civil para reunir os recursos necessários”, disse Leitão, acrescentando que o custo da reconstrução do museu só pode ser estimados após a elaboração do projeto executivo.

O ministro da Cultura disse que a quarta fase pode ocorrer em paralelo com a obra de construção. É a de recomposição do acervo. O governo pretende fazer uma campanha internacional para a doação e aquisição de acervos para o Museu Nacional.

De acordo com Sá Leitão, ainda hoje deve ocorrer uma reunião do comitê gestor, que está a frente do trabalho, com a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), parceira, ao lado da UFRJ, e entidades como o Instituto Brasileiro de Museus (Ibram) e o Instituto do Patrimônio Histórico Artístico Nacional (Iphan).

O ministro da Educação, Rossieli Soares, estima que esse comitê trabalhe por aproximadamente 12 meses.

Descartado risco de desabamento

Hoje, a Defesa Civil descartou o risco de desabamento do prédio. Apesar de as paredes externas serem sólidas e não apresentarem danos, elementos da fachada como gradis, revestimentos e adornos, entretanto, podem ceder. Internamente, há risco de queda de lajes, vigas e divisórias e, por isso, a Defesa Civil mantém a interdição do prédio histórico.