Grupo de funcionários entra no Museu Nacional em busca de peças do acervo

Trabalho é lento e minucioso, já que muitas peças ainda podem estar em condições de recuperação, abaixo de toneladas de madeira queimada e telhas de barro

Museu Nacional do RJ. Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

Um grupo de aproximadamente 15 funcionários do Museu Nacional entrou no prédio, às 15h de hoje, em busca de objetos e peças do acervo que possam ter escapado às chamas. Eles entraram pela porta principal, acompanhados por soldados do Corpo de Bombeiros.

Os funcionários removem cuidadosamente restos de escombros, como pedaços de madeira, telhas e mesmo vigas metálicas, na esperança de encontrar algum objeto de valor histórico. Normalmente, o trabalho de rescaldo é feito apenas pelos bombeiros mas, nesse caso, é necessário acompanhamento de especialistas, para distinguir um simples resto de escombro de um artigo valioso.

Munidos com martelos, pás e enxadas e usando apenas capacete, sem luvas, os funcionários trazem para fora as peças encontradas, colocando as menores dentro de caixas plásticas. Algumas rochas da Coleção Werner, próximas à saída, foram retiradas, inclusive rochas pesadas, carregadas nos ombros.

Uma das primeiras peças retiradas foi um quadro grande, ainda emoldurado, carregado por quatro funcionários. O trabalho é lento e minucioso, já que muitas peças ainda podem estar em condições de recuperação, abaixo de toneladas de madeira queimada e telhas de barro. Os três andares do museu desabaram um por cima do outro até o chão.

Apenas bombeiros e funcionários do museu podem ingressar dentro do prédio. Os jornalistas e demais pessoas foram orientados a ficar cerca de 20 metros de distância, por questão de segurança. Entre as peças mais raras abrigadas no prédio, as múmias egípcias, compradas pelo Brasil por Dom Pedro I, e o crânio de Luzia, o mais antigo fóssil humano encontrado no país, com cerca de 12 mil anos.

A busca dos funcionários, entretanto, durou apenas 15 minutos. Agentes da Polícia Federal pediram para eles se retirarem, a fim de dar início às investigações sobre as causas do incêndio.