Armas, quilombolas e redução da maioridade penal: veja o que Bolsonaro disse ao Esfera Pública

Candidato afirmou que não vai dialogar com o Congresso nem usar as emendas parlamentares como moeda de troca

Foto: Arquivo/Carlos Machado/Rádio Guaíba

O candidato à Presidência da República Jair Bolsonaro, do PSL, concedeu entrevista veiculada, nesta sexta-feira, pelo programa Esfera Pública. Entrevistado pelas jornalistas Taline Oppitz e Flávia Benfica, do Correio do Povo, ainda na quarta, durante passagem pela Expointer, o deputado federal reafirmou, entre outras questões, o entendimento de liberar o porte de armas para defesa e a redução da maioridade penal.

Bolsonaro iniciou falando sobre a trajetória como parlamentar e elencou a necessidade de mudar os rumos da política no Brasil para o país se torne “mais humanitário e igualitário em sua essência, com direitos iguais para todos”. Mencionou que quer melhorar o Brasil para que crianças como a filha dele, de sete anos, não saiam do país para outras nações por falta de oportunidades. Ele também elencou os potenciais econômicos a serem explorados na gestão, desde minérios até o turismo.

Bolsonaro ainda recorreu a temas característicos da campanha, como a liberação do acesso às armas e a redução da maioridade penal. Sobre a primeira questão, disse que “um fazendeiro tem que poder defender sua propriedade, inclusive com armas de calibre mais pesado”, e que invasores “têm de ser recebidos à bala”. Também sobre o tema armas, afirmou que elas podem servir de instrumento para dar mais segurança, tanto em áreas urbanas quanto no campo.

Já sobre a questão da maioridade penal, mencionou tentativas de redução e alteração no código penal brasileiro em relação a adolescentes estupradores enquanto deputado. Afirmou que pretende reduzir a maioridade penal para 16 anos e que “a Constituição é cidadã demais” com os criminosos. Em relação as presídios, disse que “cadeia é que nem coração de mãe, sempre cabe mais um”.

Bolsonaro versou, ainda, sobre terras indígenas, dizendo que não vai ampliar demarcações de terras, e que “viver em aldeia é viver como um animal isolado.” O deputado defendeu que é injusto expropriar propriedades de quem for flagrado explorando trabalho escravo porque “os descendentes de quem cometeu a irregularidade não podem ser punidos por ele”. Também disse que “a China não está comprando no Brasil, mas comprando o Brasil”, sobre as relações com o mercado asiático.

Por fim, o candidato afirmou que não vai dialogar com o Congresso nem usar as emendas parlamentares como moeda de troca. Afirmou que todas as conversas com o Legislativo devem ser realizadas através do chefe da Casa Civil, e não pessoalmente. “Imagina, no Congresso vai ter gente do PT, do PCdoB, PSol, certamente vão ter uma atitude diferente da urbanidade”, finalizou.