José Maria Marin é condenado a 4 anos de prisão nos Estados Unidos

Segundo a imprensa brasileira que acompanhou o julgamento, ex-presidente da CBF chorou muito ao receber o veredicto

O ex-presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) José Maria Marin, de 86 anos, teve decretada hoje em Nova York, nos Estados Unidos, pena de quatro anos de prisão por crimes de corrupção, lavagem de dinheiro, fraude financeira e formação de organização criminosa. A Justiça americana considerou Marin culpado de crimes cometidos no período em que comandou a CBF (2012-2015).

A sentença é da juíza Pamela Chen, da Corte Federal do Broklyn, no distrito leste de Nova York. Ela determinou ainda o confisco de US$ 3,35 milhões (R$ 13,63 milhões) – valor em poder de Marin – e aplicou multa de US$ 1,2 milhão (R$ 4,88 milhões). No início da sessão, Pamela havia sugerido uma pena de 7 anos de prisão, mas acabou acatando o pedido da defesa de Marin e reduziu a sentença.

Os advogados embasaram o pedido na idade avançada de Marin e no fato de a idade média de presos nos Estados Unidos ser 36 anos.

O ex-presidente da CBF é considerado culpado por sete crimes, que ocorreram durante o mandado dele em edições da Copa América, Taça da Libertadores da América e Copa do Brasil.

Segundo a imprensa brasileira que acompanhou o julgamento no local, Marin chorou muito ao receber o veredicto, acompanhado da esposa Neusa Marin, de 79.

Atualmente, Marin está detido em uma penitenciária no bairro nova-iorquino do Brooklyn, mas a defesa pediu a transferência dele, alegando más condições de tratamento. Os advogados querem que o ex-presidente seja removido a uma prisão federal na Pensilvânia.

No julgamento, os defensores de Marin destacaram que ele é idoso e que, por isso, não deve ser tratado como prisioneiro comum.

Em dezembro do ano passado, ele já havia sido condenado pelos crimes da sentença de hoje. O julgamento também condenou o ex-presidente da Conmebol Juan Angel Napout, por fraude bancária e organização criminosa.

Ambos foram enviados para a prisão no Broklyn em dezembro do ano passado. A acusação afirmou que Marin recebeu U$ 6,5 milhões em propina de empresas de marketing esportivo, durante negociação de contratos comerciais dos campeonatos na América do Sul.

Marin havia sido extraditado, em maio de 2015, para os Estados Unidos, após a investigação ter se tornado pública.