O frei Sergio Görgen, um dos sete militantes da Frente Brasil Popular em greve de fome pela libertação do ex-presidente Lula, afirmou, na tarde de hoje, ao programa Esfera Pública, que chegou ao 21º dia de jejum. Questionado sobre a condição física, ele afirmou ter emagrecido cerca de 11 quilos e estar ingerindo apenas três litros de água e aproximadamente um litro de soro intravenoso por dia. Ex-deputado estadual no Rio Grande do Sul entre 2003 e 2006, o frei garantiu que sete pessoas fazem greve de fome, e que pelo menos outras três pessoas fazem jejuns semelhantes, no restante do país, de forma independente.
“A greve de fome não é apenas pela liberdade de Lula, mas também contra a volta da fome, do desemprego em massa, das epidemias antes controladas, da mortalidade infantil”, afirmou Görgen, que garantiu já ter feito quatro outros jejuns como protesto. Ele lembrou que em 1989 e 1992 jejuou contra a violência aos sem-terra, em 1997 contra a falta de políticas públicas para os afetados com a seca no Estado e ainda em 1971, pela libertação de presos políticos. “A quebra do direito e do princípio democrático ultrapassou todos os limites”, disse o frei.
Na terça passada, a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia, recebeu Sergio Görgen, em gabinete, junto de ativistas, representantes de movimentos sociais, artistas e juristas que defendem a soltura do petista. Eles entregaram um abaixo-assinado com 240 mil assinaturas a favor de Lula. O grupo pediu ainda a Cármen Lúcia que leve a julgamento, antes de deixar a presidência do STF, em 12 de setembro, as ações declaratórias de constitucionalidade (ADC’s) questionando a execução de pena após condenação em segunda instância e pedindo que a presunção de inocência seja garantida até o fim de todos os recursos a instâncias superiores.
