Com greve no Samu, espera por atendimento passa de uma hora no interior do RS

Apenas 60% da capacidade do Serviço opera nesta terça-feira

Imagem: Divulgação Simers

Com os salários atrasados, telefonistas da empresa terceirizada FA Recursos Humanos, que presta serviços para o Samu estadual, mantêm a paralisação deflagrada no início da noite dessa segunda-feira. Em entrevista coletiva, na tarde de hoje, o presidente do Conselho das Secretarias Municipais de Saúde do Rio Grande do Sul (Cosems), Diego Espíndola, avaliou que o setor entrou em colapso e relatou que a espera por atendimento, em cidades do Interior, passa de uma hora desde o início da greve. Nesta terça, o serviço de atendimento de urgência opera com 60% da capacidade.

Com a demora gerada pelo impasse salarial e o temor de falta de atendimento às 6 milhões de pessoas que dependem do Samu no Rio Grande do Sul, o Cosems decidiu entrar na justiça com uma liminar que impeça a terceirizada, nacionalmente, de participar de novas licitações no setor da saúde.

Ainda pela manhã, a Secretaria Estadual da Saúde confirmou ter feito o pagamento de parte dos valores atrasados diretamente aos trabalhadores da FA. De acordo com o secretário estadual adjunto, Francisco Bernd, a Pasta obteve aval da Procuradoria-Geral do Estado para fazer essa negociação. A medida teve como finalidade garantir a retomada do serviço telefônico o mais rápido possível.

Espíndola explica, contudo, que isso ainda não ocorreu porque a PGE autorizou o repasse direto de salários somente no que se refere aos valores pendentes, e não de forma definitiva. Por isso, os funcionários decidiram manter a paralisação até que algum acordo seja feito entre a Secretaria e a terceirizada.

Além disso, como forma de minimizar o prejuízo, o secretário adjunto anunciou a criação de uma espécie de “brigada de emergência”, com servidores capacitados para atuar nas funções dos atendentes em greve.

Já o Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers) reiterou, em nota, que esteve na sede da Central de Regulação do Samu e que nenhum chamado de urgência e emergência era atendido no início da noite dessa segunda-feira. A entidade também reclama do número insuficiente de médicos reguladores. Na noite desta segunda-feira, havia metade do número – eram cinco, contra um ideal de 10. De acordo com o Simers, a denúncia nesse sentido já chegou ao Ministério Público Estadual.