Cármen Lúcia recebe grupo pró-Lula e frei que mantém greve de fome em Brasília

MST chegou hoje a Brasília para acompanhar registro de candidatura de Lula, nesta quarta

A presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia, recebeu hoje, em gabinete, o frei Sergio Gorgen, um dos sete manifestantes que há 15 dias está em greve de fome para pedir a soltura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preso em Curitiba há quatro meses.

Também participaram do encontro o escultor e ativista dos direitos humanos argentino Adolfo Pérez Esquivel, ganhador do Prêmio Nobel da Paz em 1980; e o coordenador nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), João Pedro Stédile, bem como outros representantes de movimentos sociais, artistas e juristas que defendem a soltura do petista.

Eles entregaram um abaixo-assinado com 240 mil assinaturas a favor de Lula. Após a reunião, que durou aproximadamente uma hora, Esquivel disse ter afirmado a Cármen Lúcia que considera Lula “um preso político, perseguido por ter ajudado os mais pobres”. Ele disse ainda esperar que a mensagem “chegue à mente e ao coração da ministra”. Segundo ele, Cármen Lúcia se mostrou disposta a se encontrar com as outras seis pessoas que também estão em greve de fome.

O grupo pediu ainda a Cármen Lúcia que leve a julgamento, antes de deixar a presidência do STF, em 12 de setembro, as ações declaratórias de constitucionalidade (ADC’s) questionando a execução de pena após condenação em segunda instância e pedindo que a presunção de inocência seja garantida até o fim de todos os recursos a instâncias superiores.

Lula está preso desde 7 de abril após ter sido condenado a 12 anos e um mês de pena pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) na ação penal do caso do triplex do Guarujá (SP). Em 2016, STF firmou entendimento que autorizou a prisão após condenação em segunda instância. O assunto, entretanto, ainda não teve julgamento definitivo, e alguns ministros indicaram ter mudado de posição jurídica desde então. Uma eventual virada do placar pode beneficiar Lula.

Três ações sobre o tema estão prontas para julgamento em plenário, mas Cármen Lúcia, em mais de uma ocasião, indicou que não pretende pautá-las, por não ver razão para fazê-lo neste momento. De acordo com os participantes do encontro, a ministra disse que vai transmitir os apelos aos demais ministros do STF, mas não indicou se vai levar as ações para julgamento em plenário.

MST
A marcha do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) está no Distrito Federal e em concentração na área próxima ao Ginásio Nilson Nelson. De acordo com a entidade, são 5 mil integrantes. A Polícia Militar estima entre 3,6 mil e 4 mil pessoas. Os sem-terra devem ficar em Brasília até quinta-feira.

Os manifestantes viajaram à capital para acompanhar amanhã o registro da candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na disputa pelo Palácio do Planalto. O nome dele já havia sido lançado pelo PT, mas o registro oficial depende de decisão da Justiça Eleitoral. O ex-presidente corre o risco de ser enquadrado na Lei da Ficha Limpa e se tornar inelegível.

Para amanhã, está programada manifestação em frente ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e existe a expectativa de encontro de um grupo com a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Cármen Lúcia.

Segurança
Para esta quarta-feira, a Polícia Militar do DF vai deixar a postos 1,2 mil homens na Esplanada dos Ministérios e na Praça dos Três Poderes. Segundo os policiais, não houve relatos de conflitos ou problemas até o momento – e essa é a expectativa para amanhã.

Os manifestantes pretendem sair em marcha a partir das 13h e a chegada é esperada para as 16h em frente ao edifício principal da Corte.

WP Twitter Auto Publish Powered By : XYZScripts.com
Sair da versão mobile