Arquivado mais um processo resultante da delação do deputado cassado Diógenes Basegio

MP não encontrou ato ilícito cometido pelo pedetista Enio Bacci

Foto: Divulgação/AL/Arquivo

O Ministério Público arquivou mais um processo oriundo da delação do deputado cassado Diógenes Basegio (ex-PDT), que acusou quatro parlamentares de cometerem crimes no exercício do mandato, na Assembleia Legislativa. Hoje, o MP informou o deputado Enio Bacci (PDT) que não encontrou ato ilícito no processo que envolvia o parlamentar. No fim do mês passado, o MP já havia arquivado o que tinha como alvo o deputado Juliano Roso (PCdoB).

Após ter o mandato cassado por quebra de decoro parlamentar, em 2015, Basegio fechou acordo de delação premiada com o Ministério Público, em janeiro de 2018, para confessar os crimes praticados e permanecer em liberdade. Nas declarações ao MP, Basegio acusou quatro deputados de superfaturamento em viagens com veículos oficiais e contratação de funcionários-fantasmas.

Em nota, Bacci destacou o arquivamento do MP e disparou contra o ex-correligionário. “Com essa decisão, fica claro e evidente a intenção do ex-deputado Basegio: vingança e retaliação por ter sido cassado no processo”, disparou. Relator do caso de Basegio na Comissão de Ética, Bacci também adiantou que vai processar o ex-deputado pela acusação infundada.

O MP ainda não se manifestou sobre as investigações contra Gilberto Capoani e Álvaro Boessio (ambos do MDB). Todos os acusados eram membros da Comissão de Ética, que cassou o ex-deputado.

Relembre

Homologada pela 10ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça, a delação premiada de Basegio teve como objetivo reduzir a eventual pena de reclusão, caso o ex-deputado venha a ser condenado. O processo, onde Basegio é réu por peculato, lavagem de dinheiro e concussão, além de organização criminosa, tramita em segredo de Justiça.

Em novembro de 2015, Baségio renunciou ao cargo durante entrevista à Rádio Guaíba. Contudo, o processo seguiu em frente e, quatro dias depois, o pedetista teve o mandato cassado por unanimidade, o que o impede a concorrer a cargos públicos por mais de dez anos.

Basegio respondeu pela quebra de decoro, na Comissão de Ética, após denuncias do ex-chefe de gabinete. Neuromar Gatto acusou o ex-deputado de cometer extorsão de salário de funcionários e fraudes na utilização de diárias e cota de gasolina.