Qualidade geral das rodovias gaúchas despenca, segundo CNT

Apenas 349 quilômetros de estradas atingiram conceito "ótimo" na pesquisa

Foto: Lula Helfer / Gazeta do Sul / CP

A qualidade geral das rodovias gaúchas pesquisadas pela Confederação Nacional do Transporte (CNT) caiu entre 2007 e 2017. Na classificação geral, enquanto em 2007, 1.260 km eram considerados ótimos, apenas 349 quilômetros atingiram esse patamar em 2017. Por outro lado, aumentaram consideravelmente os índices de regular e ruim nesse período. Em 2007, 3.138 quilômetros tinham condição regular e 731 eram classificados como ruins. No passado, essas categorias passaram para 3.820 quilômetros (regular) e 1.371 quilômetros (péssimo). Nesse período, houve aumento no total de quilômetros avaliados, passando de 7.540 quilômetros (2007) para 8.818 quilômetros (2017).

A condição da rodovia é analisada a partir de três fatores: pavimento, sinalização e geometria. Em relação às condições do pavimento, houve queda nas que receberam conceito ótimo em 2007 (4.612 quilômetros) na comparação com 2017 (2.936 quilômetros). Por outro lado, aumentaram as demais categorias, como os trechos péssimos, que passaram de 49 quilômetros (2007) para 216 (2017). Sobre a sinalização, também houve considerável queda na categoria ótimo, passando de 2.704 km para 429 quilômetros. Já o critério geometria apresentou movimento inverso. Na classificação ótimo, passou de 154 quilômetros (2007) para 303 (2017).

Os dados aparecem no anuário CNT do Transporte 2018, lançado nesta segunda-feira. Com mais de 800 tabelas, o documento traça um diagnóstico dos modais rodoviário, ferroviário, aquaviário e aéreo no país. “O trabalho da CNT é essencial na medida que pode balizar a elaboração de projetos e de políticas públicas relacionadas ao setor de transporte”, explicou o presidente da CNT, Clésio Andrade. Essa é a terceira edição do anuário, com dados consolidados do ano passado.

O levantamento também consolidou a evolução dos acidentes nas rodovias entre 2008 e 2017. Nesse período, o número de acidentes passou de 11.260 para 6.386, representando uma redução de 56,7%. Ao mesmo tempo, o número de óbitos se manteve estável, sendo 399, em 2008, e 391, no ano passado. Assim, o índice de mortes por acidente, aumentou, passando de 3,5% (2008) para 6,1% (2017).