Câmara de Não-Me-Toque cassa mandato do prefeito

Armando Carlos Roos é acusado de improbidade administrativa e de assédio sexual contra servidoras do município

Foto: Reprodução WhatsApp

A Câmara de Vereadores de Não-Me-Toque cassou, na noite dessa sexta-feira, o mandato do prefeito Armando Carlos Roos (PP). Os seis parlamentares presentes decidiram pela cassação e três se abstiveram. A sessão durou 15 horas para análise do caso de improbidade administrativa e das acusações de assédio sexual contra servidoras do município. Com a cassação, quem assume a Prefeitura é o vice-prefeito, Pedro Paulo Falcão da Rosa (PP).

Com seis votos a favor e três contrários, a presidente da Câmara, Marina Fátima Crestani (PP) confirmou o prosseguimento. Diante da decisão, o prefeito, o procurador Luiz Paulo Morais Malaquias e os vereadores Paulo Rodrigues, Charles Manolo de Morais e Cláudio Trentin se retiraram.

De acordo com a denúncia, o chefe do Executivo se aproveitou do cargo para constranger pelo menos duas servidoras, no primeiro semestre do ano passado. Em um dos casos, ele é acusado de ter rebaixado uma servidora de cargo por ela não ter aceitado um pedido sexual.

O fato seguinte surgiu com a divulgação de um vídeo, no qual uma mulher grava conversa com Roos. Ela trabalhou na prefeitura em cargo comissionado e, de acordo com a denúncia, em troca da vaga, o prefeito pediu “favores sexuais”. Após as acusações, o prefeito afirmou, em nota oficial, que “uma suposta vítima utilizou-se da confiança” dele para gravar o vídeo e “somente um ano depois veio a público divulgá-lo, após a sua exoneração”.

O texto da decisão revela que duas servidoras que denunciaram o assédio sofreram retaliações, como transferência de posto, perda de gratificações e, uma delas, a exoneração. Elas também se queixam de ameaças e perseguições.