Associação denuncia candidato a vice-presidente pelo crime de racismo no RS

Educafro buscou o Ministério Público após o General Mourão dizer que o Brasil herdou dos índios a indolência e, dos negros, a malandragem

Uma declaração polêmica proferida na Serra gaúcha pelo general do Exército e candidato a vice-presidente da República pelo PRTB Antônio Hamilton Martins Mourão, conhecido como General Mourão, pode parar na Justiça. Integrante da chapa de Jair Bolsonaro (PSL), Mourão disse que o brasileiro herdou, dos índios, a indolência, e dos negros, a malandragem. A manifestação ocorreu durante encontro na Câmara de Indústria, Comércio e Serviços de Caxias do Sul (CIC), na segunda-feira.

Inconformada com a declaração, a associação Educafro acionou o Ministério Público Estadual, na tarde desta sexta, para solicitar a abertura de inquérito pelo crime de racismo. A entidade atua, há décadas, em todo o Brasil, oferecendo cursos, como pré-vestibular, para estimular que candidatos negros e pobres ingressem em cursos superiores.

Conforme o presidente da Educafro, Frei David Santos, o inquérito busca reprimir a conduta do general Mourão em busca de uma reparação às comunidades negras e indígenas. “O objetivo desta ação é ajudar o general Mourão a ser um excelente cidadão, evitando mentiras e ofensas contra o povo brasileiro, que construiu este País. Ele cometeu um crime grave de racismo. Nós, da comunidade negra, a partir destas eleições, vamos judicializar todos os atos racistas, seja qual for o candidato”, disse.

Frei Santos reforça, ainda, que uma das bandeiras da Educafro é o atual sistema de cotas, e salienta o empenho da entidade em torno das negociações que viabilizaram o ProUni.

Ex-comandante militar do Sul, o general reiterou que, junto com Bolsonaro, vai ter a missão de iniciar uma transformação no País pela busca da ética, da eficiência da gestão, da austeridade, de zero de corrupção e do relacionamento com os demais poderes e entes da Federação.