Funcionários do Hospital Centenário protestam contra atraso dos salários

Os serviços na casa de saúde foram paralisados por 30 minutos na manhã desta quinta-feira

Um primeiro ato aconteceu ontem, em frente ao hospital | Foto: Iamara Ribeiro dos Santos / Divulgação / CP

Pelo segundo dia consecutivo, os funcionários do Hospital Centenário, em São Leopoldo, paralisaram as atividades das 10h às 10h30min. Segundo Iamara Ribeiro dos Santos, que trabalha na instituição há 19 anos, mesmo após reunião, ontem, com a administração municipal, a categoria segue insatisfeita. “Vamos parar todos os dias até que uma previsão melhor do nosso pagamento nos seja dada. O salário de agosto está previsto para setembro, não podemos trabalhar de graça.”

A prefeitura voltou a parcelar os salários dos servidores e, segundo o prefeito Ary Vanazzi, a ação ocorre diante dos repasses do governo federal e estadual aquém dos valores determinados e de verbas devidas, também estaduais. Em reunião com representantes dos sindicatos dos servidores municipais e da saúde, o secretário Geral de Governo, Marcel Frison, comunicou o calendário de pagamento da folha de julho que será concluída em 24 de agosto. Além do depósito de R$ 1 mil no dia 31 de julho, serão realizados novos repasses nos dias 10 de agosto, no valor de R$ 500, 14 de agosto, R$ 1 mil, e o saldo da folha, dia 24 de agosto. “Enfrentamos sérias dificuldades, mas devemos manter a folha paga, não em dia, mas dentro do mês. Este cenário deverá ser repetido no mês de setembro”, ressaltou Frison. A administração trabalha com recursos vinculados com entradas programadas. “Os valores do ICMS são repassados sempre às terças-feiras pelo Estado, estamos retendo os recursos para prover o pagamento dos servidores”, disse.

Iamara destaca que, além do parcelamento dos salários, a alimentação dos servidores da saúde está suspensa há um mês, com o refeitório do Centenário fechado por conta da crise. “A situação está mais crítica do que nunca. Desde a antiga gestão, estão tendo muita dificuldade em nos pagar em dia e reorganizar a situação financeira do hospital”, diz ela. Frison explica que a suspensão ocorreu, já que não há servidores para a preparação de almoço e jantar, salvo aos pacientes, e que não há, no momento, condições de contratação de pessoal.