Surto de toxoplasmose em Santa Maria continua sem causa definida

Desde 16 de abril, Secretaria de Saúde do Rio Grande do Sul contabilizou 634 casos confirmados, sendo 54 em gestante

Quase quatro meses após o registro dos primeiros casos, o surto de toxoplasmose identificado em Santa Maria permanece sem causa definida. Desde 16 de abril, a Secretaria de Saúde do Rio Grande do Sul contabilizou 634 casos confirmados, sendo 54 em gestantes, quando a doença é particularmente perigosa por colocar em risco a saúde do feto. Há ainda 529 casos em investigação, sendo 173 em gestantes. Os números devem ser atualizados na sexta-feira, dia 10.

O Ministério da Saúde informou que o surto teve como causa provável a contaminação pela água, com possível contaminação de hortaliças como causa secundária. O parecer surgiu em fim de junho, após análise de dados do controle feito pela pasta, em conjunto com gestores locais.

“Vale ressaltar que as outras possíveis causas comuns em casos de toxoplasmose foram eliminadas durante a pesquisa, como carne bovina, de frango e queijos, entre outros alimentos. No entanto, a investigação continuará sendo realizada”, informou o ministério, em nota.

Como medida de precaução, uma vez que a água é a fonte mais provável da infecção, a pasta reforçou a necessidade de a população intensificar medidas como evitar o uso de produtos animais crus ou mal cozidos, eliminar as fezes de gatos em lixo seguro, proteger as caixas de areia e lavar as mãos após manipular carne crua ou terra contaminada.

Doença
Conhecida como doença do gato, a toxoplasmose, de acordo com o Ministério da Saúde, é causada por um protozoário e pode apresentar quadro clínico variado – desde infecção assintomática a manifestações sistêmicas extremamente graves.

A infecção em humanos ocorre por três vias: contato direto com solo, areia e latas de lixo contaminados com fezes de gatos infectados; ingestão de carne crua ou mal cozida infectada (sobretudo carne de porco e de carneiro), e infecção transplacentária durante a gravidez.

A toxoplasmose não pode ser transmitida de humano para humano, com exceção das infecção intrauterina. De acordo com a pasta, são infectados cerca de 40% dos fetos de mães que adquiriram a doença durante a gestação.