Em nota, Prefeitura de Porto Alegre chama invasão de ato “truculento e político”

Servidores ocuparam salão nobre da prefeitura no fim da manhã desta terça-feira

Foto: Laura Gross

A Prefeitura de Porto Alegre emitiu, no início da tarde desta terça, uma nota sobre a invasão de servidores à sede do Executivo municipal. No comunicado, o governo chama o ato de “truculento” e com “interesses políticos” por parte da direção do Sindicato dos Municipários (Simpa), que organiza o ato.

No oitavo dia de greve, os servidores forçaram a entrada ao Salão Nobre do Paço, no fim da manhã, e seguem no local. Eles exigem negociações com o prefeito Nelson Marchezan Júnior, que solicitou a intervenção da Brigada Militar. Em agenda externa, ele não presenciou a invasão. Já o vice-prefeito Gustavo Paim, surpreendido dentro do gabinete, relatou “situação absolutamente tensa”, mas conseguiu deixar o prédio escoltado pelos guardas municipais, usando o elevador.

Servidores, vereadores, Guarda Municipal e o comandante de Policiamento da Capital, coronel Jefferson Jacques, entraram, perto das 15h30min, no Gabinete de Relações Internacionais para uma nova tentativa de conciliação para que a saída dos grevistas seja pacífica.

No início da tarde, um Guarda Municipal registrou boletim de ocorrência (BO) dizendo ter sido agredido no momento da entrada dos manifestantes. Ele sustenta ter sido alvo de “chutes e socos, paus e bandeiradas”, mas relata que não consegue identificar os agressores. O servidor também esclarece que não deseja representar criminalmente contra o grupo.

Veja o BO:

Confira a nota da prefeitura da Capital:

Em mais um ato de truculência, a direção do Sindicato dos Municipários de Porto Alegre (Simpa), acompanhada por manifestantes em greve ligados à entidade, invadiram na manhã desta terça-feira, 7, as dependências do Paço Municipal. A ação ocorreu às 11h, pela porta principal, na Praça Montevideo, que estava aberta para o atendimento ao público, com monitoramento da Guarda Municipal.

Uma vez nas dependências da prefeitura, o grupo dirigiu-se ao segundo andar, forçando as portas dos gabinetes do prefeito e do vice-prefeito. O prefeito Nelson Marchezan Júnior estava em agenda externa, enquanto o vice-prefeito, Gustavo Paim, ficou fechado em seu gabinete, durante a invasão. Com utilização de mesas como barricadas, os servidores conseguiram evitar o acesso às salas. Os manifestantes concentraram-se nas escadarias e no Salão Nobre.

Tão logo ocorreu a invasão, a Guarda Municipal acionou a Brigada Militar (BM) solicitando reforço no esquema de segurança que funcionava desde a manhã em virtude da manifestação dos municipários. O comando da BM pediu um ofício do prefeito solicitando a ação da corporação. O documento foi enviado imediatamente e a ação autorizada pelo secretário de Segurança Públicas do Rio Grande do Sul, Cezar Schirmer.

O governo municipal considera a invasão um ato autoritário e um desrespeito flagrante à população de Porto Alegre. A prefeitura sempre esteve aberta ao diálogo com os servidores municipais. Todavia, ações como esta tiram a legitimidade de um sindicato que é conhecido por atos de baderna. A direção do Simpa – composta por militantes partidários – atua com base em interesses políticos, ideológicos e particulares. Pregam o caos, desrespeitam o patrimônio público e agem contra a maioria dos servidores.

Esperamos que a Brigada Militar identifique os invasores do Paço Municipal e desocupe o local, preservando a segurança de todas as pessoas.