Onda de ataques a prédios públicos alarma população da Grande Florianópolis

Governo estadual ainda não se manifestou oficialmente

Ataques criminosos a prédios públicos e a policiais militares alarmaram a população da Grande Florianópolis (SC) durante o último fim de semana. Segundo o Centro de Comunicação Social da Polícia Militar, a onda de violência levou as autoridades estaduais a reforçarem o policiamento em toda a capital.

A última ação criminosa ocorreu por volta da 1h30 de hoje. Bandidos armados dispararam contra uma das guaritas do Centro Administrativo do estado, no bairro Saco Grande. De acordo com a assessoria do governo estadual, não havia nenhum vigilante no local e ninguém ficou ferido. Os atiradores não foram identificados até o momento. O local já tinha sido alvejado durante os ataques criminosos de 2014.

Em duas ocorrências registradas na noite deste domingo, policiais revidaram e houve troca de tiros e morte. Em uma delas, policiais deslocados para verificar a denúncia de que um grupo de homens havia ateado fogo em um veículo que tinham acabado de roubar foram recebidos à bala ao chegar no local, no bairro do Estreito. Dois adolescentes acusados de participar da ação foram baleados e um deles, de 17 anos, morreu no local. Segundo a PM, o jovem tinha passagens criminais por estelionato e posse de drogas. O outro ferido, de 16, teve de ser levado ao hospital. Ainda de acordo com a corporação, eles já tinham passagens criminais por tráfico de drogas, receptação, resistência e lesão corporal.

Pouco antes, no Centro, policiais que faziam uma ronda de rotina foram surpreendidos por disparos ao chegaram à entrada da comunidade conhecida como Morro da Queimada. Os PMs revidaram, mas não houve feridos nem prisões.

O governo estadual ainda não se manifestou oficialmente. A Secretaria de Segurança Pública deve divulgar uma nota pública ainda hoje. Extraoficialmente, estima-se que a ação possa ser uma resposta de grupos criminosos às mortes e prisões de pessoas envolvidas com o narcotráfico.

Relembre

Na semana passada, a Polícia Civil prendeu, em Palhoça, um homem suspeito de ser um dos líderes do Primeiro Grupo Catarinense (PGC). Na sexta-feira, um rapaz de 18 anos apontado como outro líder do narcotráfico morreu baleado em Tijucas, durante uma operação conjunta das polícias Civil e Militar. A PM informou que o rapaz atirou contra os policiais em meio à tentativa de cumprimento de um mandado de prisão. Baleado, o rapaz chegou a ser atendido por bombeiros, mas morreu no local. De acordo com a PM, ele tinha 59 registros policiais, sendo classificado como “o indivíduo de maior periculosidade do PGC fora do cárcere” e responsável por cumprir missões de ataques a agentes de polícia.

Nas horas seguintes, os ataques se intensificaram. Na madrugada de sábado, duas bases operacionais da Polícia Militar foram alvos de tiros: a do 7º Batalhão, em São José, na Grande Florianópolis, e a do 4º Batalhão, no centro da capital.

Outras quatro ocorrências associadas às ações organizadas foram registradas no domingo. As casas de dois policiais militares foram atingidas por tiros em Palhoça. Na primeira ação, criminosos dispararam cerca de 20 vezes contra a residência do policial. Na segunda, foram feitos nove disparos, quatro dos quais atingiram as paredes da casa. Em ambas as ações, ninguém ficou ferido. Também não houve prisões.

Já em São José, policiais trocaram tiros com bandidos que atiraram e fugiram em uma moto. A PM afirmou que, poucas horas depois, identificou dois homens – um adolescente de 16 anos, sem antecedentes criminais, e um homem de 20, com passagens por adulteração de veículo – que deram entrada no Hospital Regional feridos à bala. Os dois dizem ter sido baleados trafegando de moto, possivelmente por agentes do Departamento de Administração Prisional.