MP quer impedir transferência de três líderes de facção para o RS

Justiça Federal do Rio Grande do Norte ordenou que criminosos gaúchos retornem para o RS

O Ministério Público gaúcho pretende barrar o retorno ao Rio Grande do Sul de três criminosos considerados de alta periculosidade, egressos do sistema penitenciário estadual e recolhidos hoje na Penitenciária Federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte. Hoje, o MP confirmou que vai acionar o Ministério Público Federal e requerer – por meio de petição junto ao Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul – a reversão da decisão da Justiça Federal do RN.

“Sobre a decisão do juízo federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte, que determinou o retorno de três presos que estão no Regime Disciplinar Diferenciado (RDD) para o Rio Grande do Sul, o Ministério Público reitera a necessidade da manutenção desses líderes de facções em penitenciárias federais de alta segurança. Em um contexto de 27 presos que foram transferidos durante a Operação Pulso Firme, o MP considera natural que em alguns casos haja divergência e irá buscar todas as medidas jurídicas cabíveis para reverter a decisão da Justiça Federal de Mossoró. Ainda no mês julho deste ano, o procurador-geral de Justiça, Fabiano Dallazen, encaminhou ofício aos juízes federais de Porto Velho (RO), Campo Grande (MS) e Mossoró (RN) fundamentando todo o trabalho realizado na Operação Pulso Firme e o resultado obtido na área da segurança pública com a transferência dos líderes de facções para presídios federais”, informou o MP em nota oficial divulgada por volta do meio-dia.

O secretário estadual da Segurança Pública, Cezar Schirmer, também rechaçou a medida, afirmando que a permanência dos líderes de organizações criminosas em presídios federais é fundamental para a manutenção da “redução dos indicadores criminais em todo o Estado”. “É mais um duro golpe na segurança pública gaúcha”, ressaltou.

Os três detentos gaúchos pertencem a facções. Um deles é Fábio do Gás, de 39 anos, que comanda o tráfico de drogas em Rio Grande sendo ligado à facção Os Manos. O segundo criminoso é Camarão, de 40, um dos líderes da quadrilha dos Tauras que é aliada da facção Os Manos. Ele é acusado, inclusive, de envolvimento no assassinato de um policial civil em Cachoeira do Sul em 2011. Já o terceiro é Tiago Pasteleiro, de 32, também uma das lideranças da quadrilha dos Tauras e acusado de ter arquitetado um plano de fuga, em agosto de 2017, do Presídio Regional de Pelotas, com a ajuda de um caminhão que derrubou um muro.

O trio havia sido transferido da Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas (Pasc) na operação Pulso Firme desencadeada em 28 de julho do ano passado.