Atirador e vítimas de chacina de Viamão “cresceram juntos”

Investigação da Polícia Civil apontou que crime foi motivado por uma disputa interna de um grupo criminoso

Local onde ocorreu um dos assassinatos. Foto: Alina Souza/CP

As investigações da Polícia Civil apontaram que o executor da chacina de Viamão cresceu junto com as sete vítimas. Todos moravam na região do bairro Parque Índio Jari. O atirador foi encontrado morto em um valão horas após os assassinatos em série. Em um primeiro momento, foi apontado como a oitava vítima do crime.

Os assassinatos foram motivados por uma disputa interna de um grupo criminoso relacionado ao tráfico. Segundo a Polícia Civil, o autor das execuções tentava se vingar, já que havia sido expulso da área pelo responsável pelo tráfico de drogas – um homem que está recolhido no sistema prisional. O homicida acreditava ainda que um de seus irmãos havia sido morto há quatro anos por ordem do traficante.

Entre as sete vítimas, estava a companheira do traficante que ordenou a expulsão do atirador. Além da mulher, foram mortos uma amiga dela, a cunhada do executor, um segurança de boca de fumo, um usuário de drogas e um casal de desafetos do autor do crime – considerado um matador do grupo de narcotráfico. “Cresceram juntos”, explicou a delegada Caroline Jacobs.

A sequência de assassinatos, que durou cerca de dez minutos, ocorreu em via pública e dentro de residências nas ruas Guarapari, Araranguá e Professor Freitas Cabral. “Foi uma só pessoa que cometeu todos crimes. Todas as provas e depoimentos convergem para esse resultado. Ele estava sob influência das drogas. Testemunhas disseram que ele estava muito louco”, destacou a delegada.

Para cometer os assassinatos, o atirador utilizou uma pistola calibre 9 milímetros. No entanto, um revólver calibre 38, que estava com o segurança das bocas de fumo, também foi usado em uma das mortes. Ambas as armas não foram localizadas pelos policiais civis. A titular da DPHPP de Viamão observou que o grupo de narcotráfico aparentemente não possui ligação com qualquer facção criminosa conhecida. A delegada Caroline Jacobs frisou também que a família do atirador abandonou a área no mesmo dia do crime.