“Não tem a menor condição de dar reajuste”, afirma secretário após anúncio de greve dos servidores do IMESF

Categoria anunciou greve por tempo indeterminado a partir do próximo dia 31 de julho

Foto: Guilherme Kepler / Rádio Guaíba

O secretário adjunto de Saúde de Porto Alegre, Pablo Stürmer, afirmou em entrevista à Rádio Guaíba, na noite dessa terça-feira, que não existe a menor condição de conceder reajuste salarial para qualquer categoria do funcionalismo neste momento em que o executivo enfrenta crise financeira. O reajuste dos vencimentos é uma das principais reivindicações dos servidores do Instituto Municipal de Estratégia de Saúde da Família (Imesf), que anunciam greve por tempo indeterminado, a partir do próximo dia 31 de julho. Segundo o Sindisaúde, entidade que representa a classe, o aumento não é concedido há três anos.

Stürmer disse que vê a paralisação dos servidores com tristeza e preocupação. Ele ressalta que nenhum setor terá reajuste salarial enquanto a prefeitura não conseguir equilibrar as contas. “Com relação ao reajuste, não tem a menor condição de se dar um aumento devido à situação financeira do município. A situação não permite nem o pagamento em dia do salário dos servidores estatutários. Não tem como a gente pensar em reajuste de nenhum setor enquanto a gente não conseguir equilibrar as contas”, explica.

A categoria também reclama da falta de diálogo da prefeitura com os servidores. Segundo o presidente do Sindicato dos Enfermeiros do RS (Sergs), Estêvão Finger, esse também foi um dos motivos para deflagração da greve. “Infelizmente, é a última medida que os sindicatos adotam porque a gente sempre tenta buscar o diálogo, mas essa falta de diálogo resultou nessa greve geral”, afirma.

Entre as pautas da categoria está a continuidade de uma gratificação para os 1,8 mil funcionários do Instituto. O benefício é chamado de Incentivo Por Desempenho. Contudo, o Tribunal de Contas do Estado (TCE) apontou que o pagamento desse valor, que corresponde a 10% dos salários dos celetistas, é irregular. Sobre essa gratificação, Stürmer afirmou que o executivo não é contra o pagamento desse benefício, mas sim que o mesmo seja regulamentado.

“Em relação à gratificação, a gente vai cumprir a lei. Existe um apontamento do TCE que recomendou a suspensão da gratificação. Mas nós entendemos que ela não deve ser suspensa e sim regulamentada. Inclusive, propomos aos sindicatos que formassem um grupo de trabalho para que essa gratificação seja dada para aqueles que atingirem o desempenho acordado”, ressalta.

Na semana passada, mais de mil trabalhadores paralisaram as atividades por 24 horas. Além disso, um protesto ocorreu em vias da área central. A Secretaria Municipal de Saúde confirmou que a paralisação, da semana passada, impactou o atendimento em 49,32% dos serviços de saúde da rede municipal.