Após mais uma reunião entre as coordenadoras da ocupação Mulheres Mirabal e a secretária do Desenvolvimento Social e Esporte de Porto Alegre, Denise Russo, a situação sobre o destino das mulheres acolhidas no local segue indefinida. Para uma das coordenadoras, Victória Chaves, a preocupação maior é a de que as vítimas de violência doméstica não tenham outro local para viver caso ocorra a reintegração de posse do prédio, decretada em 9 de julho. O imóvel fica na rua Duque de Caxias, onde atualmente funciona a ocupação, convertida na semana passada em organização não-governamental (ONG).
Conforme Victória, o trabalho feito na Mirabal é exclusivo no município, já que também atende mulheres da região Metropolitana e até estrangeiras, sem que precisem, necessariamente, estar correndo risco eminente de morte – requisito para as abrigadas na Casa de Apoio Viva Maria, vinculada à Prefeitura. Ela teme que, com o despejo, as ocupantes da Mirabal não consigam ingressar na instituição e voltem à situação de risco.
Durante a reunião, conforma Victória, a secretária disse não aceitar os encaminhamentos feitos pela Mirabal na sexta passada, que converteram a ocupação em ONG. De acordo com ela, a secretária também disse que não sabe como e por que as coordenadoras da Mirabal visitaram um imóvel da zona Norte, oferecido como alternativa para acolher as mulheres pelo grupo de trabalho (GT) criado, com a participação de representantes do governo estadual, para dar um destino às mulheres atendidas na Mirabal.
De acordo com a Secretaria do Desenvolvimento Social, durante a reunião, a Pasta voltou a expor que há a possibilidade da abertura de um edital, com chamamento público, para que o prédio oferecido pelo Estado, na zona Norte, venha a ser ocupado. As coordenadoras da Mirabal temem, porém, que esse processo possa levar meses, com a reintegração de posse, decidida pela 7ª Vara Cível de Porto Alegre, podendo ocorrer a qualquer momento.
Uma nova reunião do GT em torno da Mirabal ocorre na segunda-feira, às 14h. Até o momento, não há previsão de data para a reintegração de posse. O imóvel pertence à Inspetoria Salesiana São Pio X, que pretende desenvolver no espaço um projeto social.
