Caso Becker: ausência de Bayard e Jura marca primeiros interrogatórios da Justiça Federal

Ex-presidente do Cremers morreu assassinado em 2008

Foto: Antônio Sobral

A Justiça Federal começou a colher, nesta sexta-feira, os primeiros interrogatórios dos acusados de envolvimento na morte do oftalmologista e ex-presidente do Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul (Cremers) Marco Antônio Becker. O crime ocorreu em dezembro de 2008. As audiências foram conduzidas pelo juiz federal Roberto Schaan Ferreira, da 11ª Vara Federal de Porto Alegre. Dos seis réus, dois não prestaram esclarecimentos ao Judiciário hoje.

O ex-andrologista Bayard Ollé Fischer Santos, apontando como mandante do crime, apresentou atestado médico e teve interrogatório transferido para 3 de agosto. Já a defesa traficante Juraci Oliveira da Silva, o Jura, acusado de intermediar o assassinato de Becker, questionou a produção de uma prova da polícia e informou a intenção do réu de permanecer em silêncio. Jura, condenado a quase 30 anos de prisão pelos crimes de homicídio e tráfico, cumpre pena em Charqueadas.

Após o depoimento dos oito réus, o próximo passo é a apresentação de memoriais pelas partes. A partir daí, o magistrado decide se leva ou não o caso a júri popular.

Relembre

Em 4 de dezembro de 2008, ao deixar um restaurante e seguir para o carro, Becker morreu baleado com dois tiros, disparados por homens em uma moto. O crime ocorreu na rua Ramiro Barcelos, em Porto Alegre, por volta das 22h.

Em dezembro de 2013, a denúncia foi recebida pela Justiça Federal, iniciando uma nova ação penal, depois que o processo já havia tramitado na Justiça estadual.

O conflito de competências teve de ser decidido pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) com base na alegação de que o homicídio foi motivado pela atuação da vítima junto ao Cremers e a suposta influência de Becker no Conselho Federal de Medicina. Seis acusados respondem por homicídio qualificado e outros dois por falso testemunho.