Porto Alegre: trabalhadores do Imesf podem entrar em greve geral a partir da semana que vem

Presidente do Sergs sustenta que tentativa fracassada de diálogo com representantes da Prefeitura "não deixa outra alternativa"

Foto: Guilherme Kepler / Rádio Guaíba

Assembleia dos Servidores do Instituto Municipal de Estratégia de Saúde da Família (Imesf) pode decidir, na semana que vem, pela deflagração de greve da categoria. A reunião ocorre às 18h de terça-feira, no salão da Igreja Pompeia, no bairro Floresta. Segundo o presidente do Sindicato dos Enfermeiros do RS (Sergs), Estêvão Finger, a tentativa fracassada de diálogo com representantes da prefeitura “não deixa outra alternativa do que greve geral”.

O dirigente sustenta que os principais pleitos são o reajuste salarial, que, segundo ele, não é concedido há três anos, e a possibilidade do fim de uma gratificação para os funcionários do Instituto. Finger explica que os cerca de 1,8 mil trabalhadores do Imesf recebem a gratificação chamada de Incentivo Por Desempenho. Contudo, o Tribunal de Contas do Estado (TCE) apontou que o pagamento desse valor, que corresponde a 10% dos salários dos celetistas, é irregular. Para os enfermeiros, por exemplo, o valor representa R$ 600 por mês. Assim, o Sergs pleiteia uma forma de incorporação desse Incentivo, seja por decreto de lei ou por acordo coletivo.

Na manhã desta quarta-feira, funcionários do Imesf fizeram um protesto e uma caminhada em função da falta de reajuste da categoria. A manifestação, que começou sem bloqueios, interrompeu totalmente o tráfego de veículos no túnel da Conceição, no Centro de Porto Alegre, no sentido bairro-Centro. A concentração começou em frente à Secretaria Municipal de Saúde. Em seguida, os servidores iniciaram caminhada na avenida Loureiro da Silva em direção ao Paço Municipal.

Sem a presença da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC), quatro motos da polícia do Exército foram usadas para orientar o trânsito na região. Minutos depois, os servidores se deslocaram até o túnel da Conceição. Munidos de faixas e bandeiras, os celetistas defendiam o “fora Marchezan”, demonstrando insatisfação com administração municipal.

A Secretaria Municipal de Saúde emitiu nota, no início da tarde, informando que a paralisação impactou o atendimento em 49,32% dos serviços de saúde da rede municipal. De acordo com levantamento realizado durante a manhã pelo Imesf, 75 serviços mantêm o atendimento à população e 73 fecharam. A nota salienta, ainda, que uma liminar concedida pelo Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região (TRF4) determina que 30% dos servidores do Imesf mantenham o atendimento à população.