Comunidade da zona Norte da Capital reclama da falta da segurança após prefeitura retirar guarda de escola

Há dois meses, prefeitura removeu guardas municipais que zelavam pela segurança da região há cerca de 10 anos

Escola de Educação Infantil está sem segurança há mais de dois meses. Foto: Reprodução Google

A comunidade escolar da Instituição Municipal de Educação Infantil Vila Max Geiss, localizada no bairro Rubem Berta, na zona Norte de Porto Alegre, está se programando para realizar um protesto na próxima semana por causa da retirada de um guarda municipal que zelava pela segurança do local. A creche contava com a presença de um agente de segurança desde 2008, em função do alto número de crimes na região, mas desde maio a prefeitura da Capital retirou o guarda municipal que trabalhava no colégio.

Uma funcionária da creche, que não quis se identificar por medo de represálias da Secretaria Municipal de Educação (SMED), disse que desde que o guarda foi remanejado, uma mãe foi assaltada em frente à instituição, que atende 125 crianças.

“Essa é uma região de grande vulnerabilidade. O estabelecimento já tinha guarda há bastante tempo. Nem todas as escolas de educação infantil têm guarda, mas para essa houve a necessidade de ter um pela frequência de assaltos que aconteciam à mão armada às famílias. E desde maio foi retirado o guarda que estava trabalhando aqui na instituição”, relatou a servidora.

Erik Gonçalves dos Reis é professor em uma escola estadual que fica próximo à creche do município. Enquanto ele e a esposa trabalham, os dois filhos do casal – um de cinco anos e outro de 10 meses – ficam na escola infantil. O educador é um dos pais que está mobilizado para garantir a segurança na região.

“Tinha um guarda ali há bastante tempo. Era bom porque ele sempre estava de olho no que estava acontecendo. Ali na frente da escola tem uma parada de ônibus onde ocorrem muitos assaltos. E quando as pessoas esperam pelo ônibus, em vez de esperar na parada, que é muito visada pelos assaltantes, elas esperam na porta da escola. E o guarda ficava ali de olho no que acontecia. Os alunos da Escola Estadual Poty [Medeiros], onde eu trabalho e fica perto da creche do município, constantemente relatam que levam celular deles, mochilas com os materiais. Já aconteceu de levarem carro dos pais quando eles vêm trazer os alunos. Isso é frequente. Toda a semana a gente ouve um caso”, denunciou o professor.

Segundo a SMED, a questão da segurança dos colégios é de responsabilidade da Secretaria Municipal da Segurança (SMSEG). A assessoria da Pasta da educação informou que “está elaborando uma licitação para contratação de porteiros para todas as escolas”, mas ainda não há previsão para que esses terceirizados comecem a trabalhar.

Já a SMSEG informa que não está acontecendo a retirada dos guardas municipais das escolas, mas sim uma mudança na política de segurança. De acordo com a assessoria, as rondas continuam acontecendo nos horários de entrada, saída e troca de turnos das aulas. A secretaria informa, também, que está aumentando a presença dos guardas nas instituições através de projetos, como o “Dois Caminhos, Uma Escolha”, que tem o objetivo de orientar os estudantes quanto ao envolvimento com drogas e em atos de violência.