Criminosos que impediam moradores de acessar posto de saúde são alvos de operação na zona Norte de POA

Ação da Polícia Civil prendeu quatro pessoas – duas estariam envolvidas em, pelo menos, cinco assassinatos

Operação combate grupo envolvido em cinco assassinatos | Foto: Polícia Civil / Divulgação / CP

Além do envolvimento em pelo menos cinco homicídios, um grupo de traficantes da Vila Santa Maria, no bairro Rubem Berta, zona Norte de Porto Alegre, é investigado por impor restrições aos moradores da localidade vizinha. Crianças, doentes e idosos da Vila Amazônia, que fica na região, estavam sendo proibidos de acessarem o posto de saúde, devido à guerra do tráfico.

O grupo está sendo alvo da operação Clavus, desencadeada na manhã desta quinta-feira, pela Polícia Civil. Ao menos quatro homens já foram presos, sendo dois os principais executores da facção da Vila Santa Maria e um por tráfico de drogas. O quarto detento não tem relação com a organização criminosa, mas tinha um mandado de prisão expedido por assalto e foi detido em uma das 12 residências alvo de busca e apreensão.

O delegado Cassiano Cabral, que comanda a operação, explicou que a Vila Santa Maria e a Amazônia vivem em constantes “ataques e contra-ataques”, que culminou no impedimento de moradores de transitarem pelos dois locais. Foi uma investigação de uma série de assassinatos – cinco, apenas no mês de maio – que deu origem a operação. A Polícia Civil identificou que criminosos da Vila Santa Maria estavam cometendo os crimes e impedindo a circulação de moradores da Vila Amazônia sobre ordem de um detento da Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas. O homem, conhecido como Sadol, está preso há mais de três anos e, mesmo assim, segue comandando o grupo criminoso.

Há um mês, a Polícia Civil realizou operação semelhante na Vila Amazônia, quando foram presos os principais membros do grupo criminoso. De acordo com Cabral, a Polícia Civil está sempre atenta à região. Com a prisão de membros das duas facções rivais, a expectativa é de que os confrontos diminuam na região.

“Onde o Estado não se faz presente, o tráfico impera. Por isso, é necessário manutenção constante nessa região. Fazer operações para conseguir manter a ordem e, principalmente, a tranquilidade dos moradores, o acesso à saúde e o direito de ir e vir”, defendeu Cabral.