Especialistas do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) do Paraná e presos da Casa de Custódia de Curitiba (PR) voltaram a negociar, hoje, as reivindicações de um grupo de detentos que se rebelou ainda na tarde de domingo.
Quatro agentes penitenciários seguem em poder dos presos. Em um vídeo gravado pelos detentos e divulgado ontem pelas redes sociais, dois agentes feitos reféns aparecem algemados e cercados por custodiados armados com facões e objetos perfurantes.
Um dos agentes pede que as autoridades apressem as negociações e reclama da iniciativa do governo estadual de cortar o fornecimento de luz, água e comida para os presos em meio às negociações. Com escoriações no rosto, o agente classifica a ação como “idiota” e pede que a situação seja levada a sério.
Segundo o Departamento Penitenciário (Depen) estadual, a rebelião começou quando os agentes penitenciários foram rendidos ao fazer a contagem dos presos da Galeria 1. A Seção de Operações Especiais do sistema prisional estadual conseguiu evitar um tumulto ainda maior, mas não conseguiu impedir a tomada de cinco agentes reféns, um deles libertado com ferimentos leves.
A Secretaria de Segurança Pública e Administração Penitenciária e o Depen vem evitando fornecer muitas informações sobre as negociações. Com isso, o Sindicato dos Agentes Penitenciários do Paraná (Sindarspen) e representantes da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) tornaram-se a principal fonte de informações para a imprensa.
O presidente da Comissão de Direitos Humanos da seccional da OAB, Alexandre Salomão, disse à Agência Brasil que a ausência de lideranças entre os presos rebelados dificulta a conclusão das negociações. De acordo com o advogado, as autoridades estaduais já haviam se comprometido a atender às principais reivindicações do grupo amotinado, entre elas a garantia de que presos transferidos para outras unidades carcerárias estaduais, onde integrantes de organizações criminosas são a maioria, sejam alojados em alas seguras. A maioria dos presos rebelados garante não integrar facções.
Inaugurada em 2002, a Casa de Custódia é classificada pelo Depen como uma unidade de segurança máxima. Com capacidade para abrigar 500 detentos, ela aloja 600.