Justiça absolve Geddel de acusação de atrapalhar investigação

Juiz entendeu não haver provas contra o ex-ministro

Brasília - Geddel Vieira recebe o manifesto de apoio ao ministro chefe da secretaria de governo, do deputado André Moura (Valter Campanato/Agência Brasil)

O juiz federal Vallisney Oliveira, da 10ª Vara Federal em Brasília, decidiu hoje absolver o ex-ministro Geddel Vieira Lima do crime de embaraço às investigações das operações da Polícia Federal (PF) Cui Bono e Sépsis, relativas a desvios na Caixa Econômica Federal.

Geddel era acusado pelo Ministério Público Federal (MPF) de tentar evitar a delação premiada do empresário Lúcio Funaro, operador financeiro do suposto esquema de corrupção. No entendimento do MPF, Geddel atuou para constranger Funaro, telefonando por diversas vezes para a esposa dele, Raquel Pitta, com o operador já preso, a fim de convencê-lo a não se tornar um delator.

Ao absolver Geddel, o juiz entendeu que não há provas que o ex-ministro tenha atrapalhado as investigações. “Não há prova de que os telefonemas tenham consistido em monitoramento de organização criminosa, tampouco de que ao mandar um abraço para Funaro, nos telefonemas dados a Raquel, o acusado Geddel de maneira furtiva, indireta ou subliminar, mandava-lhe recados para atender ou obedecer à organização criminosa”, decidiu.

Prisão
Em 2017, Geddel chegou a preso, por determinação do juiz Vallisney, devido à suspeita de obstrução das investigações. Em seguida, porém, o ex-ministro foi beneficiado com um habeas corpus concedido pelo desembargador Ney Bello, do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, sediado em Brasília.

Após ganhar liberdade, Geddel voltou a ser preso após a Polícia Federal ter encontrado R$ 51 milhões em um apartamento de Salvador e que foram atribuídos a ele pelas investigadores. Atualmente, ele segue custodiado na penitenciária da Papuda, em Brasília. Segundo os advogados do ex-ministro, a origem dos R$ 51 milhões decorre da “simples guarda de valores em espécie”.