Revitalização da orla do Guaíba vai ser entregue nesta sexta, após 15 meses de atraso 

Sem a operação de restaurantes e bares, foodtrucks devem atender os usuários no fim de semana

Após um atraso de um ano e três meses em relação à data prevista para inauguração, a nova Orla do Guaíba, em Porto Alegre, vai ser aberta à população na manhã de sexta-feira. Nomeado Parque Moacyr Scliar, o primeiro trecho revitalizado, de 1,3 quilômetro de extensão, vai da Usina do Gasômetro até a Rótula das Cuias.

Ainda sem operação do restaurante e dos quatro bares projetados, o novo espaço deve contar com a presença de foodtrucks para atender os usuários no fim de semana. A ideia, de acordo com o vice-prefeito Gustavo Paim, é suprir a ausência de espaços gastronômicos enquanto os estabelecimentos responsáveis não estiverem prestando o serviço.

O restaurante e o bar de número 1 terão até 60 dias para começarem a funcionar. Já os outros três bares tiveram problema com a documentação dos interessados no edital. “Não se pode ficar condicionando uma coisa à outra”, comentou Paim.

A demora para abertura é considerada “dentro da normalidade” pela Prefeitura em virtude das proporções da obra. Conforme o vice-prefeito, por se tratar de um empreendimento com recursos públicos, garantidos através de um financiamento da Corporação Andina de Fomento (CAF) – é natural que ele tenha tido um controle e uma fiscalização constante.

O empreendimento também é tido pelo município como econômico. Isso porque, apesar de um levantamento do Observatório Social de Porto Alegre ter mostrado que serviços específicos tiveram variações de quantidades e valores de 1.000% até 4.000% com relação ao projeto inicial, o valor global da obra teve um aumento consideravelmente abaixo dos 25% permitidos pela legislação.

Com um valor previsto de R$ 60 milhões, todos os aditivos aprovados fizeram o custo da revitalização subir para R$ 71 milhões – 18% a mais. Porém, conforme havia afirmado ao Correio do Povo o arquiteto e responsável técnico pela obra, Oscar Eduardo Coelho, o percentual é ainda menor, já que foram necessários R$ 68 milhões até a conclusão, o que corresponde a 13% com relação ao preço de início.

Com a conclusão do Parque Moacyr Scliar, a prefeitura busca agora fazer a obra avançar. Para o trecho 3, que vai do Anfiteatro Pôr do Sol até o Parque Gigante, o Executivo estima que tenha garantido 50% da verba necessária. De acordo com Paim, um termo de cooperação firmado com o Escritório de Negócios das Nações Unidas vai analisar a melhor forma de viabilizar o espaço, assim como o trecho 2, que vai da Rótula das Cuias até o Anfiteatro Pôr do Sol, ainda sem verba garantida. Da mesma forma, o trecho 4, até o Arroio Cavalhada, não conta com recursos garantidos até o momento.

O arquiteto responsável pelo projeto do trecho 1, o paranaense Jaime Lerner não vai participar da entrega, devido a problemas de locomoção. A equipe de projetistas, no entanto, confirmou presença na inauguração.