Ministro da Saúde lança, em Porto Alegre, projeto para reduzir filas de espera do SUS

Com quase 55 mil pessoas na fila de espera por atendimento especializado, Capital já utiliza telemedicina para dermatologia e oftalmologia, desde o ano passado

O ministro da Saúde, Gilberto Occhi, esteve em Porto Alegre nesta quinta-feira, onde lançou o projeto Regula+Brasil para quatro capitais e o Distrito Federal. O objetivo é reduzir as filas de atendimento no Sistema Único de Saúde (SUS). O projeto vai ser ampliado para Porto Alegre, Belo Horizonte e Maceió, além de Brasília. A ação, que vai permitir a expansão do programa Telessaúde Brasil Redes do Ministério da Saúde, com foco na telerregulação, já é considerada um case de sucesso no Rio Grande do Sul.

O paciente que necessitar do encaminhamento especializado passa por uma avaliação feita por uma equipe de médicos, que compõe o núcleo remoto de regulação proposto no projeto. Esses profissionais de forma integrada a uma rede de Telemedicina fazem a avaliação do paciente com bases em protocolos de saúde. No encaminhamento, o grupo indica a prioridade do caso dentro de uma escala que vai de um a quatro, de acordo com a gravidade. A medida, segundo o Ministério, vai evitar que o paciente seja encaminhado de forma desnecessária a especialistas. A ação aumenta ainda a taxa de resolução na própria unidade de saúde e ajuda a capacitar os médicos das UBSs a partir da discussão de casos.

Segundo dados do projeto TelessaúdeRS, após 20 meses de projeto foi possível reduzir o número de pacientes em fila de espera em 50%. O tempo na fila de espera caiu em 60% e a qualidade do encaminhamento melhorou. Observou-se também que, a partir da troca de experiência e discussão de casos com os médicos das UBSs, houve um aumentou na taxa de resolução dentro da própria unidade de saúde, evitando em 25% o número de novos encaminhamentos ao atendimento especializado.

O Hospital Sírio-Libanês, de São Paulo, vai implantar o projeto na Capital, em uma parceria com a Prefeitura de Porto Alegre e a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs). O projeto que integra o Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (Proadi-SUS), prevê um investimento de R$ 37 milhões.

Com quase 55 mil pessoas na fila de espera por atendimento especializado, Porto Alegre já utiliza telemedicina para dermatologia e oftalmologia, desde o ano passado. Em janeiro de 2017 a fila para dermatologia era de 5.230 pacientes e terminou o ano zerada.

O ministro da Saúde, Gilberto Occhi, destacou que o exemplo de Porto Alegre serve de referência para o País. “Além de compartilhar experiência, teremos capacidade de diminuir o tempo de espera por consultas e queremos expandir e multiplicar este exemplo”, disse. Para o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, o sistema deixou de ser analógico e passou a ser digital: “Este é um passo rumo ao novo século. Representa o que há de mais moderno nesta área”, enfatizou. Já o prefeito Nelson Marchezan Júnior destacou que a parceria está de acordo com o projeto de governo, que vem buscando apoio para melhorar a vida dos porto-alegrenses.

Filas de espera em Porto Alegre para as especialidades contempladas no projeto:
Ortopedia – 20.037
Oftalmologia – 12.897
Neurologia – 9.534
Psiquiatria – 1.591
Reumatologia – 5
Proctologia – 3.980
Gastroenterologia – 776
Urologia – 6.093
Total – 54.913