Adiada, no STF, conclusão de julgamento sobre imposto sindical

Votação está empatada; relator votou pela obrigatoriedade do desconto

O Supremo Tribunal Federal (STF) realiza sessão plenária para julgamento de ações sobre a reforma trabalhista de 2017.

O Supremo Tribunal Federal (STF) adiou para amanhã a conclusão do julgamento sobre a validade do pagamento obrigatório do imposto sindical. No ano passado, com a reforma trabalhista, o desconto de um dia de trabalho por ano em favor do sindicato da categoria passou a ser opcional, mediante autorização prévia do trabalhador.

Até o momento, o placar do julgamento está empatado. O relator da ação que trata da questão, Edson Fachin, votou pela obrigatoriedade da contribuição, e o ministro Luiz Fux se manifestou para manter a alteração que tornou a cobrança opcional. Nove ministros ainda devem votar.

Fachin sustentou que a Constituição de 1988 foi precursora no reconhecimento de diretos nas relações entre capital e trabalho, entre eles, a obrigatoriedade do imposto para custear o movimento sindical.

O Supremo começou a julgar hoje ações protocoladas por diversos sindicatos de trabalhadores contra alterações na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), feitas pela Lei 13.467/2017, a reforma trabalhista. Entre os pontos contestados está o fim da contribuição sindical obrigatória.

As federações sindicais que recorreram ao STF dizem que o fim do imposto sindical obrigatório viola a Constituição, já que inviabiliza atividades por extinguir repentinamente a fonte de 80% das receitas das entidades. Para os sindicatos, o imposto somente pode ser extinto por meio da aprovação de uma lei complementar, e não uma lei ordinária, como a da reforma.

Durante o julgamento, a ministra da Advocacia-Geral da União (AGU), Gracie Mendonça, defendeu a manutenção da lei. Segundo a ministra, a contribuição sindical não é fonte essencial de custeio, e a CLT prevê a possibilidade de recolhimento de mensalidade e taxas assistenciais para o custear das entidades.

“Esse aprimoramento [da lei] é salutar para o Estado Democrático de Direito, que não inibiu, por parte das entidades, o seu direito de se estruturar e de se organizar. Há no Brasil, aproximadamente, 17 mil entidades sindicais, a revelar que essa liberdade sindical vem sendo bem observada”, argumentou a ministra.