Conclusão da segunda Ponte do Guaíba depende de realocação de moradores

Obras foram finalizadas em 61,3%, mas preveem transferência de 1.089 famílias e 33 comércios na região das Ilhas da Capital

A evolução das obras da segunda Ponte do Guaíba, em Porto Alegre, chama atenção também pela proximidade com a região das ilhas. Com isso, a preocupação agora é com a retirada das famílias que vivem no local para que o empreendimento possa avançar e ser concluído. O processo de realocação é acompanhado pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit/RS) e pela Defensoria Pública da União (DPU/RS), e as opções incluem indenizações, compras assistidas e reassentamento em unidade habitacional.

Nas duas primeiras modalidades, conforme o DNIT, os cidadãos podem adquirir um imóvel de interesse em todo o Rio Grande do Sul. Nesses casos, a previsão é de que o processo esteja concluído ainda no segundo semestre. Já no caso do reassentamento em unidade habitacional, a possibilidade é de realocação na própria Ilha Grande dos Marinheiros, em imóveis que serão construídos com esse fim. Essa opção, porém, ainda depende da aprovação de projetos, sem um prazo final estipulado.

A defensora Ana Luísa de Moraes explica que a DPU acompanha a situação das famílias da Ilha Grande dos Marinheiros há cerca de quatro anos e que a grande indefinição hoje é com relação às construções para realocar quem deseja ficar no local. De acordo com ela, trata-se de uma região que não deve ser descaracterizada.

Uma das soluções a ser sugerida ao DNIT é de remanejar essas pessoas para as casas de quem optar pela compra assistida, no caso de os imóveis não estarem no traçado das obras da nova ponte. Ainda segundo ela, opções como aluguel social ou moradia de passagem já foram descartadas devido a um acordo judicial. As famílias já cadastradas em 2014 estão sendo convocadas para que os dados sejam validados e o reassentamento possa ser agilizado.

De acordo com o DNIT, a previsão é de que ocorram audiências de conciliação para as primeiras 100 famílias ainda no próximo mês. Ao todo, são contabilizados 1.089 famílias e 33 comércios no local.

A conclusão das obras da ponte atinge 61,3% e a previsão de entrega é para o segundo semestre de 2019. Sem a realocação das famílias, a obra só poder avançar até 90%. Ao todo, foram investidos cerca de R$ 464 milhões no empreendimento.