Polícia esclarece caso de jovem que teve execução gravada na Capital

Sete dos acusados foram indiciados por homicídio triplamente qualificado e um segue foragido

Delegadas Tatiana Bastos e Clarissa Demartini anunciaram a identificação e prisão de oito envolvidos | Foto: Alvaro Grohmann / Especial / CP

O caso da execução da jovem Paola Avaly Corrêa, de 18 anos, cujas imagens entrando em uma cova e em seguida sendo baleada circularam nas redes sociais, é considerado esclarecido, afirmou hoje a Polícia Civil. As delegadas Tatiana Bastos e Clarissa Demartini, da Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher da Capital, anunciaram a identificação e prisão de oito envolvidos, todos integrantes de uma facção criminosa atuante no narcotráfico.

O assassinato teve como mandantes dois apenados da Cadeia Pública de Porto Alegre (antigo Presídio Central), ambos gerentes de pontos de venda de drogas na cidade. Um dos detentos era ex-companheiro da vítima, com quem ela havia rompido dias antes um relacionamento iniciado em dezembro do ano passado através da internet e concretizado em visitas íntimas no estabelecimento penal.

A delegada Tatiana Bastos revelou que Paola permaneceu no matagal cerca de nove horas em poder dos criminosos que recebiam orientações do ex-namorado dela via celular direto do presídio. “Ela foi amarrada nas mãos para trás e pelas pernas. Ela ficou o dia inteiro presenciando a cova que ficou pronta por volta das 14h. Possivelmente a partir da tarde já sabia o que ia acontecer, ficou muito calma todo o tempo, pediu perdão inúmeras vezes por telefone para o ex-companheiro”, relatou com base nos depoimentos de quem confessou com detalhes os momentos finais da jovem.

Sete dos acusados, incluindo uma mulher que filmou a execução com celular, foram indiciados por homicídio triplamente qualificado com os agravantes de feminicídio, motivo torpe e meio cruel e recurso que dificultou a defesa da vítima, além de ocultação de cadáver. Um adolescente está entre eles. Já o oitavo participante, em situação de foragido, é indiciado por favorecimento a um dos implicados no caso. O inquérito, de quase 200 páginas, é recheado de provas coletadas e confissões de três dos indiciados pelo crime. A arma usada e dois celulares foram apreendidos para a perícia.

Mesmo ameaçada e sabendo do risco de represália após as postagens que revoltaram o ex, Paola concordou em embarcar em um veículo, possivelmente um Ford Fiesta, no dia 13 de maio, sendo então levada para uma residência e depois para o matagal. A família dela registrou então o desaparecimento. O corpo só apareceu quatro dias depois.