PF isenta ministros do Supremo; Cármen Lúcia arquiva investigação

Investigação apurou citação a ministros da Corte na delação de executivos da empresa JBS

Foto: Rosinei Coutinho / SCO / STF / CP

A presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia, informou, na abertura da sessão plenária desta quinta-feira, ter determinado a extinção e o arquivamento definitivo da investigação aberta, a pedido dela, pela Polícia Federal, para apurar citação a ministros da Corte na delação de executivos da empresa JBS, do grupo J&F.

A decisão ocorre após o diretor-geral da PF, Rogério Galloro, entregar o relatório final das investigações. De acordo com o documento, “não foram encontradas gravações que indicassem qualquer participação de ministros do Supremo Tribunal Federal envolvidos e ou citados em qualquer ato ilícito”.

Com base no relatório da PF, Cármen Lúcia afirmou que “não houve, não há qualquer dúvida, que tenha sido extraída de qualquer documento sobre a conduta de qualquer um ministro do Supremo Tribunal Federal naquela e em qualquer outra ocasião”.

Investigação
No início de setembro do ano passado, Cármen Lúcia pediu ao então diretor-geral da PF Leandro Daiello para abrir uma investigação célere a fim de apurar citações a ministros do Supremo em áudios entregues pela JBS para embasar as delações premiadas de Joesley Batista e Ricardo Saud, executivos da empresa.

Na conversa, que teve o sigilo retirado pelo ministro Edson Fachin, Batista e Saud dizem, em tom descontraído, que uma integrante da equipe de advogados da JBS está preocupada com a possibilidade de a delação dos dois atingir ministros do Supremo.

Logo após a liberação dos áudios, a ministra divulgou nota e, de forma inédita, gravou um vídeo dirigindo-se à sociedade brasileira. Nele, Cármen Lúcia defendeu a investigação para não haver dúvida sobre a dignidade dos integrantes do Supremo.